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ONU: empoderamento econômico feminino passa por educação de alta tecnologia
Meio fundamental para assegurar a participação feminina na atual economia digital
A educação de alta tecnologia para mulheres é meio fundamental para assegurar a participação feminina na atual economia digital, disse Lakshmi Puri, diretora executiva adjunta da Organização das Nações Unidas (ONU).
Em entrevista à agência Xinhua, Puri afirmou que as mulheres precisam ser educadas com habilidades relacionadas à TIC (tecnologia da informação e comunicação), para ter acesso a empregos decentes e permanecer competitivas no mercado de trabalho. Educação em ciência, tecnologia, engenharia e matemática pode equipar as mulheres para atender às demandas do mercado de trabalho e capacitá-las economicamente, acrescentou.
O empoderamento econômico feminino foi o foco principal do Dia Internacional da Mulher, celebrado ontem (8). A data foi comemorada pela ONU com o tema "Mulheres no Mundo em Mudança do Trabalho: Planeta 50-50 até 2030", pedindo transformações em todos os países.
Puri disse ainda que o empoderamento econômico significa que as mulheres podem ter igual acesso à terra, à propriedade, a ativos e recursos produtivos, a serviços essenciais e infraestruturas. Isso também significa, segundo ela, que as mulheres podem ter as mesmas oportunidades de empregos decentes, treinamento ocupacional, bem como emprego pleno e produtivo. "Se não temos o empoderamento econômico das mulheres, não podemos capacitá-las para desfrutar de seus direitos iguais em outras áreas," observou.
Ela lembrou que as mulheres em todo o mundo enfrentam múltiplos desafios no local de trabalho, incluindo diferenças salariais em relação aos homens, estereótipos de gênero, segregação ocupacional e obstáculos na promoção.
As estatísticas do Banco Mundial mostram que, globalmente, as mulheres recebem menos do que os homens. Na maioria dos países, elas ganham, em média, apenas 60% a 75% dos salários masculinos. Além disso, assumem responsabilidade desproporcional em atividades não remuneradas: dedicam de uma a três horas a mais por dia ao trabalho doméstico.
Puri lembrou que o trabalho flexível para as mulheres, como o Uber, pode ajudá-las a encontrar o equilíbrio entre a vida profissional e familiar. Acrescentou que novas formas de trabalho podem gerar condições que aprofundam a disparidade de gênero, o que precisa ser evitado por meio de políticas bem projetadas.
Para a diretora da ONU, o setor privado precisa assumir maior responsabilidade de integrar a igualdade de gênero nas práticas, e o setor público deve fornecer o apoio correspondente.
Lakshmi Puri afirmou que o empreendedorismo feminino é o que a agência das Nações Unidas tem defendido para superar a diferença de gênero no mercado de trabalho. "Esperamos que o empreendedorismo se torne chave para empregar outras mulheres e criar novas oportunidades".
Para conseguir isso, os países precisam criar ambiente propício, com melhor apoio financeiro e técnico para ajudar as mulheres a iniciarem seus próprios negócios em todos os setores. "Esperamos que a economia atual possa ser transformada de maneira mais favorável para as mulheres, mais adaptável às necessidades e talentos femininos, criando assim a igualdade em todo o mundo".