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Acidentes domésticos geram mais de 18 mil internações na UE do Agreste
O número de pessoas internadas na Unidade de Emergência do Agreste, em Arapiraca, vítimas de quedas dentro de suas casas, nas ruas ou no ambiente de trabalho, está chamando a atenção de especialistas médicos. Nos últimos dois anos até a primeira quinzena de março, o hospital já registrou 18.461 atendimentos.
Esse tipo de acidente só perde para os casos de quedas e colisões de motocicletas, por conta do elevado número desses veículos circulando em Arapiraca e outras cidades do Agreste. De acordo o Sistema de Dados e Informações da Unidade de Emergência do Agreste, em 2015 ocorreram 7.727 internamentos de pessoas, sendo a maior parte de idosos e crianças, que sofreram fraturas por conta de quedas da própria altura em casa ou na rua.
Em 2016, o número aumentou para 8.704 casos e, nos três primeiros meses deste ano, o hospital já contabiliza 2.030 internamentos. O médico clínico emergencista da UE do Agreste e especialista em Dor, Neusvaldo Henrique de Brito Júnior, explica que alguns cômodos das residências são mais perigosos para crianças e idosos.
No caso de quedas, esclarece o profissional, se forem acidentes leves que não oferecem maiores perigos, costumam formar apenas um ‘galo’ ou hematoma na cabeça. “Mas se a criança vomitar, perder consciência e mudar o comportamento, chorar com persistência e ficar muito irritada, os pais ou responsáveis devem levar para avaliação médica, visando fazer o exame neurológico”, ressalta o especialista.
Ainda de acordo com o médico Neusvaldo Henrique Júnior, esses acidentes trazem inúmeros prejuízos físicos e econômicos, sequelas emocionais e perdas financeiras, que poderiam ser prevenidas com medidas fáceis. “Grande parte das vítimas são idosos e outra parte importante é de adultos em idade produtiva, como também crianças”, acrescenta o médico.
Ele explica que os pacientes idosos podem correr riscos de sequelas graves que comprometam a qualidade de vida e, inclusive, o risco de morte por complicações clínicas e/ou fraturas. No caso dos adultos jovens, o médico salienta que, muitas vezes, as vítimas de sequelas traumáticas deixam de ser produtivas por períodos longos, devido a afastamentos do trabalho e recuperação das lesões.
“É importante prevenirmos tais acidentes, com cuidados simples, como o uso de calçados adequados para idosos, evitar tapetes ou objetos que possam ser obstáculos geradores de quedas”, acrescenta Neusvaldo Henrique Júnior.
“Outra forma de evitar esses acidentes, é não deixar idosos desacompanhados em casa ou na rua. No caso dos acidentes de trabalho, também é importante o uso de equipamentos de proteção individual no trabalho, uso de corrimão nas áreas molhadas de casa. E no caso de crianças, é necessário utilizar berços e camas com grades, além de redobrar o cuidado com escadas”, complementa o médico da Unidade de Emergência do Agreste.