Diversas categorias de trabalhadores paralisaram as atividades em uma mobilização nesta sexta-feira (28), em Alagoas. Eles protestam contra as reformas trabalhista e previdenciária propostas pelo governo federal. Desde o início da manhã, os ônibus não saíram das garagens e Maceió está sem ônibus circulando nas ruas. Há bloqueios nas Avenidas Fernandes Lima e Durval de Góes Monteiro, assim como rodovias federais e estaduais.

Segundo o Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Rodoviário do Estado de Alagoas (Sinttro-AL), os 600 ônibus que rodam na capital estão sem sair das garagens. A paralisação afeta quase 160 mil usuários.

“Os primeiros ônibus, que começam a deixar as garagens às 3h30 já não vão sair. Não vai ter ônibus de jeito nenhum circulando até a hora do almoço”, afirma o presidente do Sinttro, Écio Ângelo.

Durante o período da pralisação, os rodoviários estarão concentrados na garagem da empresa Piedade, no bairro do Tabuleiro.

Ainda segundo ele, a categoria enxerga as propostas do Governo Federal como uma “volta à senzala”. “A gente olhando direitinho, analisando direitinho, o que foi aprovado [na quarta, a reforma trabalhista], significa a extinção da Justiça do Trabalho. É o fim dela”, conclui.

Desde o início da manhã, os rodoviários armaram uma tenda em frente à garagem da empresa Piedade, e ocupam da faixa azul da Avenida Durval de Góes Monteiro. O trânsito na região está congestionado. A Polícia Militar foi acionada para tentar negociar com os manifestantes a retirada da tenda da via.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Seguridade Social e Trabalho no Estado de Alagoas (Sindprev-AL), Célio Santos, afirmou que várias categorias paralisaram os serviços e estão protestando em vários pontos da cidade.

Interestaduais

Os manifestantes bloquearam o acesso à rodoviária de Maceió com um coletivo atravessado na entrada. Com isso, nenhum ônibus entra ou sai do local.

Bloqueio de rodovias

Vários acesso a rodovias estaduais e federais estão bloqueado desde às 5h da manhã desta sexta. De acordo com a assessoria do Movimento Sem Terra, até o momento foram bloquadas a BR- 316, na entrada de Delmiro Gouveia e em Satuba; BR-101 em Teotonio Viela e na entrada de Flexeiras; BR-104 em União dos Palmares e Murici, e AL-220, em trechos do Litoral Norte e Sul.

Educação

Os servidores da Educação também aderiram à paralisação. Os professores bloquearam a Avenida Fernandes Lima, em frente ao Centro Educacional de Pesquisa Aplicada (Cepa). Um grande congestionamento de carros se formou na pista e os veículos estão tentando voltar pela contramão. Equipes do 4º Batalhão de Polícia Militar estão no local para negociar a liberação da via com os manifestantes.

De a acordo com Consuelo Correia, presidente do Sindicatos dos Profissionais da Educação (Sinteal), a greve é em defesa da sociedade. "Hojé é um dia de protestar contra essas reformas. Muitas pessoas querem furar o bloqueio, mas a sociedade precisa entender que o protesto é por todos> A pessoas precisam entender que as reformas trazem muitos prejuízos à população", afirma. Vamos ficar o dia inteiro parados. É um dia de luta", afirma.

A Polícia Militar acompanha a mobilização. O tenente-coronel Casado informou que a polícia tenta negociar a liberação da via. "Estamos aqui para dar apoio a manifestação. Está tudo tranquilo, não houve nenhum tumulto", afirma.

Saúde

O Hospital Universitário Professor Alberto Antunes (HUPAA) também paralisou as atividades nesta sexta (28). Vários pacientes estão na frente da unidade. Eles alegam que não foram informados sobre o cancelamento das consultas.

Segundo a superintendência do hospital, muitos funcionários não poderiam comparecer ao serviço devido à paralisação do transporte público municipal e intermunicipal. Os atendimentos ambulatoriais estão suspensos.

Ainda de acordo com a superintendência, a direção do hospital assegurou que garantirá o atendimento aos pacientes internados e a todos que necessitem de atendimento de urgência e emergência, como o caso da maternidade e Serviço de Pronto -Atendimento - Oncologia, para usuários cadastrados no hospital.

Segundo Célio Santos, do Sindprev, apenas estão paralisados os serviços ambulatoriais, que abrangem a área de marcação de consultas. O serviço de urgência e emergência foi mantido.

Bancários

Segundo o presidente do Sindicato dos bancários, todas as agências do estado estão fechadas e o atendimento só voltará a funcionar na terça (2).

Segurança pública

Segundo o Sindicato dos Policiais Civis de Alagoas (Sindpol), a categoria ficará paralisada por 24h. Uma tenda foi montada em frente a Central de Flagrantes I, no Farol, onde os policiais permanecerão durante todo o dia.

O presidente do Sindicato dos Policiais Federais de Alagoas, Fávio Moreno, informou que a categoria também está paralisada por 24h.

Nas duas categoria, 30% dos servidores continuam trabalhando.

Órgãos públicos

Segundo o Sindprev, 80% das agências do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) estão fechadas em Alagoas. A Superintendência Regional do Trabalho também não está funcionando. Os serviços de emissão de carteira de trabalho e de seguro desemprego só voltarão a funcionar na terça (2).

O Tribunal Regional do Trabalho da 19ª Região (TRT/AL) informou suspendeu todos os prazos processuais e audiências previstos para esta sexta. O presidente do órgão, desembargador Pedro Inácio da Silva, informou que considerou necessária a suspensão após a confirmação da paralisação dos serviços de transporte público, o que vem dificultando o acesso dos jurisdicionados, advogados e até de servidores aos fóruns da Justiça do Trabalho.