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AL será polo para Política Nacional de Saúde Integral da População Negra
Alagoas será um polo para a Política Nacional de Saúde da População Negra (PNSIPN). Para isso, técnicos do Ministério da Saúde (MS) e do Estado estiveram reunidos na sede da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), em Maceió, com entidades representativas dos afrodescendentes.
O objetivo desta ação é buscar efetivar, com base nos princípios, diretrizes e estratégias, o comprometimento com a garantia de direitos humanos à saúde dos negros, dentro do Sistema Único de Saúde (SUS). Isso porque, de acordo com Marcus Vinícius Barbosa, responsável pela PNSIPN no Ministério da Saúde (MS), a escolha por Alagoas deu-se pelo fato de ser um dos estados do Nordeste com maior concentração de negros.
Ele enfatizou que, além de Porto Alegre, capital do Estado mais meridional do Brasil, o Rio Grande do Sul, Alagoas também será o polo referência para implementação da Política de Saúde da População Negra. Para isso, segundo Marcus Vinícius Barbosa, serão ofertadas, no início de setembro deste ano, oficinas de sensibilização da PNSIPN junto ao Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Alagoas (Cosems/AL), contemplando as 1ª (Maceió) e 2ª (Arapiraca) Macrorregiões de Saúde.
Além disso, os coordenadores e trabalhadores da Atenção Básica desses municípios serão capacitados, com o propósito de garantir maior grau de equidade no que tange à efetivação do direito humano à saúde. Para isso, serão focados os aspectos de promoção, prevenção, atenção, tratamento e recuperação de doenças e agravos transmissíveis e não transmissíveis, incluindo aqueles de maior prevalência nesse segmento populacional, a exemplo da doença falciforme, diagnosticada e tratada no Hemocentro de Alagoas (Hemoal).
“Com a implementação da PNSIPN em Alagoas, iremos promover a saúde integral da população negra, priorizando a redução das desigualdades étnico-raciais, o combate ao racismo e à discriminação nas instituições e serviços do SUS. A meu ver, garantir e ampliar o acesso da população negra residente em áreas urbanas, em particular nas regiões periféricas dos grandes centros, às ações e aos serviços de saúde, é de fundamental importância para a promoção da equidade em saúde”, destacou Marcus Vinícius Barboza.
Maria Cândida Queiroz, coordenadora geral de Sangue e Hemoderivados da Política de Atenção Integral às Pessoas com doença falciforme do Ministério da Saúde, explicou que o objetivo é mudar a história natural da doença no Estado. Isso porque, o principal objetivo é reduzir as taxas de morbidade e mortalidade, promovendo mais sobrevida com qualidade para pessoas que convivem com a doença, que, por sinal, acomete a maior parte da população negra.
“É uma doença genética com maior agravo da população negra e, portanto, é um problema de saúde pública em nosso país, tendo uma complexidade muito grande por conta de ser uma doença sistêmica e crônica degenerativa. Então esse paciente demanda de uma série de cuidados que vai desde a Atenção Básica até uma UTI, por exemplo Dessa forma, os profissionais alagoanos precisam estar capacitados, entendendo as especificidades dessa população, além de saber que existem uma série de procedimentos também assegurados, tais como exames, medicamentos e vacinas”, ressaltou Maria Cândida Queiroz.
Entre as principais estratégias e agenda de intenções, está a constituição de um grupo formalizado para a construção da linha de cuidados, que deve contar com representantes de várias entidades. Também é necessário pactuar na Comissão Intergestores Bipartite (CIB) e publicar a linha de cuidados em doença falciforme, além de articular ações de forma intersetorial para o desenvolvimento de ações conjuntas, tanto da assistência social como da educação.