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Estudante vence sarau de poesias com homenagem à força do povo alagoano
Aluna da Escola Estadual Moreira e Silva, Myrian Giovana conquistou o primeiro lugar no sarau de poesias
A estudante Myrian Giovana Viana, aluna da 1ª série do ensino médio da Escola Estadual Moreira e Silva, foi a vencedora do Sarau de Poesias Alagoas 200 anos que, este ano, foi a grande novidade do Encontro Estudantil da Rede Pública Estadual e que também integra a programação de atividades da Secretaria de Estado da Educação (Seduc) em homenagem ao bicentenário de emancipação do estado.
Concorrendo com textos de todo o estados – selecionados a partir das edições regionais do sarau – Myrian venceu a competição com um texto que homenageia a força do povo alagoano e alguns filhos ilustres do estado, a exemplo de Graciliano Ramos, Nise da Silveira, Aurélio Buarque de Holanda e Djavan.
Com uma maturidade impressionante para a sua idade – tem apenas 15 anos – Myrian conta que começou a escrever a poesia em setembro do ano passado, motivada por familiares e professores. “A mensagem que eu quis passar foi que os alagoanos, sejam os ilustres ou aqueles que lutam todos os dias para o desenvolvimento do estado, são as maiores belezas dessa terra que tem uma natureza tão bela. Alagoas é um conjunto de gente forte e mares alegres”, frisa a garota.
A estudante fala ainda sobre a sensação de ter vencido o sarau. “ É algo indescritível, pois tivemos produções belíssimas. Fico muito feliz por ter escrito algo que represente o amor dos cidadãos alagoanos pelo estado e muito grata por ter tido a oportunidade de mostrar o que escrevo”, diz a garota.
O poema - Confira abaixo, na íntegra, a poesia de Myrian Giovana, vencedora do Sarau de Poesia Estudantil Alagoas 200 anos:
Alagoas,
Brado o amor do teu povo,
Louvo tua glória ao lutar;
Mãe dos filhos sem pais
Que lutaram por paz
Até pouco aguentar.
Dandara,
Zumbi,
João,
Pisaram em teu chão
Cravando na terra
O peso de um lutar.
As armas da tua guerra
São tuas belezas,
Que clareiam os olhos
No amor do sol
Por teu mar.
Mu declamar hoje é infindo
Graças aos teus filhos,
Que divergindo de dialetos
Criaram certos conceitos
Para que a dor
Do meu peito
Eu pudesse cantar.
Ó terra sereia!
É impossível não apaixonar-se
Pelo queimar de tuas areias,
Pelas tuas rendeiras,
Pela fogueira
Que é o abraço
Do teu povo lutador,
Estes esperam dias de glória
Pelo que um dia
Na memória,
Na história,
Carregou.
Índio
Por grito
E por cor,
É responsável
Pela tela
Que o nosso sangue pintou.
Linda terra,
Teu solo é palco
Do meu bradar,
Diante do teu amar
Toda vez há de gritar
O amor que tem
Por ti, quimera.