A Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) promoveu, nesta terça-feira (14), a quarta oficina estratégica de fortalecimento da atenção integral às crianças com infecção congênita associada às storch e ao vírus Zika e suas famílias.
O evento contou com representantes do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Alagoas (Cosems/AL), gestores da Atenção à Saúde, Vigilância Epidemiológica, Secretaria de Estado da Educação de Alagoas (Seduc) e Secretaria de Estado da Assistência e Desenvolvimento Social (Seades) dos municípios prioritários que tiveram mais de cinco casos confirmados até outubro de 2016. A palestra aconteceu no auditório do prédio de pós-graduação do Cesmac, no Farol, em Maceió.
De acordo com Renata Bulhões, supervisora do Cuidado à Pessoa com Deficiência da Sesau, o objetivo do encontro é traçar, junto a Seduc e Seades, um plano de ação estadual, bem como um plano de intercâmbio nos municípios de Maceió, Palmeira dos Índios e Arapiraca, a fim de estabelecer um fluxograma das ações que já foram feitas e quais ainda precisam ser realizadas, para atender às necessidades das crianças e das famílias.
“A ideia é que trabalhemos numa tríplice, pensando nessa criança e na família de forma integral. Com a Seduc, por exemplo, estamos discutindo se há creches e escolas suficientes para essas crianças, visto que a maioria das adolescentes tem que deixar a escola muito cedo. Já na assistência social, estamos argumentando se os benefícios estão sendo garantidos para essas famílias”, explicou.
Bulhões destacou que, desde a primeira oficina, as equipes têm conseguido se aproximar e ter um vínculo maior com todos os envolvidos, entendendo melhor as necessidades, dentro da intersetorialidade, tanto da própria Sesau, quanto das outras secretarias, com a efetivação de trabalhos simultâneos para obtenção de resultados integrados.
A tecnóloga em Gestão de Políticas Públicas do Ministério da Saúde (MS), Mônica Macau, explicou que, com os planos já fechados, a ideia é fazer um monitoramento em conjunto.
“Embora tenham sido escolhidos esses três municípios prioritários, o Estado de Alagoas, pela própria qualificação e capacitação que estamos ofertando, vai dar conta de levar esse modelo para os demais municípios e, ao mesmo tempo, entender como funciona a rede de território. Estou satisfeita em ver que a equipe está entendendo o problema e, com isso, trazer modos de solucioná-los, de dar conta da responsabilidade que temos com essas famílias”, frisou.
Segundo a professora da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e presidente do Conselho Municipal de Educação de Maceió, Elisângela Mercado, as equipes têm se debruçado nos últimos meses em todos os bairros da capital, a fim de fazer um mapeamento nas creches e escolas próximas das crianças e de suas mães, para que elas possam estudar no próximo ano.
“A identificação e mapeamento dessas crianças possibilitam a eminência da tratativa precoce de estimulação multidisciplinar, no âmbito educacional, hospitalar e psicológico. A educação não pode esperar, e quando se abre o leque para estimulação precoce de crianças que têm comprometimento cognitivo, quanto mais efetivo e imediato na estimulação precoce, maiores chances de ganho e avanço no desenvolvimento”, ressaltou.
Rosário Vasconcelos, enfermeira e técnica da equipe dedicada, responsável pela Síndrome Congênita do Zika Vírus da Atenção Primária da Secretaria de Municipal de Saúde de Alagoas (SMS), disse que um dos momentos mais importantes das oficinas tem sido a troca de experiências.
“Isso é muito enriquecedor, porque os profissionais dão dicas uns para os outros de iniciativas que deram certo no ambiente de trabalho e que também podem funcionar em outros lugares, além de aperfeiçoarem a teoria para desenvolverem de forma eficaz a parte prática”, destacou.