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Mulheres ganham cerca 20% menos que homens no Brasil
Levantamento mostra que a diferença salarial entre gêneros permanece em patamar elevado mesmo comparando trabalhadores do mesmo perfil
O Dia internacional da mulher é comemorado no mundo em 8 de março. A data marca a luta por igualdade e a necessidade de mudar uma triste realidade existente no mercado de trabalho do país. É que ainda mulheres ganham cerca de 20% menos do que os homens no Brasil.
A diferença salarial entre os gêneros segue neste patamar elevado mesmo quando se compara trabalhadores do mesmo perfil de escolaridade e idade e na mesma categoria de ocupação. É o que mostra levantamento da consultoria IDados, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio do IBGE.
Um estudo esclusivo realizado pelo G1, mostra que as mulheres ganham cerca de 20,50% a menos do que os homens no 4º trimestre de 2021, contra 19,70% a menos no final de 2020.
Ainda segundo estudo, a renda média do trabalho encolheu 10,7% em 1 ano, para R$ 2.447, atingindo no 4º trimestre de 2021 o menor valor da série histórica. A queda do rendimento médio do trabalho principal, no entanto, foi mais intensa para as mulheres (11,25%), enquanto que o recuo para os homens (10,42%) ficou abaixo da média total no país.
Embora a diferença do rendimento médio entre gêneros venha mostrando uma tendência de redução nos últimos anos, o levantamento mostra que, quando se compara a renda da hora trabalhada entre profissionais do mesmo perfil de escolaridade, cor e idade, e no mesmo setor de atividade e categoria de ocupação, a desigualdade permanece estagnada no patamar de 20%. No 4º trimestre de 2021, ficou em 20,3%.
"Quando comparamos grupos que são comparáveis, a mulher ainda ganha 20% a menos. É um problema estrutural na nossa sociedade e que está persistindo, e é preocupante porque ao mesmo tempo as mulheres têm uma escolaridade mais alta do que a dos homens", afirma Thais Barcellos, pesquisadora da consultoria IDados e autora do levantamento.
No 4º trimestre do ano passado, as mulheres ocupadas tinham em média 10,2 anos de estudo e os homens, 9,8 anos. Já a quantidade de horas trabalhadas por semana foi de 37,3 entre as mulheres, na média, é de 41,9 entre os homens.
"As mulheres, de forma geral, trabalham menos horas remuneradas. Mas, mesmo quando comparamos uma mulher com o homem que tem a mesma escolaridade, a mesma idade, a mesma cor, que está no mesmo setor de atividade e com o mesmo agrupamento ocupacional, essa mulher ainda ganha menos", explica a pesquisadora.