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Peixes morreram por intoxicação na Lagoa Mundaú, aponta análise

IMA afirmou que ainda é prematuro falar sobre crime ambiental; órgão divulgará resultado de análise nesta quinta-feira (17)

Por Redação 16/03/2022 10h10
Peixes morreram por intoxicação na Lagoa Mundaú, aponta análise
Pescadores da região do Flexal, no último domingo (13) registraram mortandade de peixes na Lagoa Mundaú - Foto: Reprodução

Os peixes que surgiram mortos no último domingo às margens da Lagoa Mundaú morreram por intoxicação por produtos químicos, segundo análise parcial dos pesquisadores que seguem realizando estudos para descobrir quais tipos de compostos provocam a mortandade.

De acordo com o doutor em Ciências Aquáticas, da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Emerson Soares, foi identificado que os peixes morreram intoxicados, por conta das células sanguíneas não fazerem o transporte de oxigênio.

“Os íons diminuírem a permeabilidade celular para entrada de íons indesejáveis na célula. Pelas análises não foi matéria orgânica da lagoa, não foi toxina de microalgas e nem foi óleo. Fizemos a avaliação em 25 parâmetros”, aponta o especialista que coordenou os estudos.

O especialista ainda pontua que os resultados preliminares apontam para duas hipóteses. Em ambas situações, pode ser configurado como crime ambiental.

“Trabalhamos com duas hipóteses: agroquímicos, mas ainda estamos analisando em laboratório. Isto porque tínhamos índices de fósforo, compostos nitrogenados e potássio elevados, além de outros parâmetros ligados a isso, mas dependemos das análises cromatográficas. Outra possibilidade é substância de efluente industrial de extração de minério ou solo, devido à alta carga de potássio, turbidez, TDS e manganês”, detalha.

O pesquisador afirma que é difícil determinar a origem da contaminação, conhecida como poluição difusa, quando um ou mais fatores causam o problema e não é possível realizar o rastreio.

“Por que às vezes é difícil saber quando são efluentes que são despejados, sem fazer a rastreabilidade, se tivesse como na hora do ocorrido, coletar amostra seguindo a pluma de poluição e não tivesse sido barrado pelos seguranças da empresa [Braskem], teríamos mais confiabilidade. Se ocorrer novamente e fizermos rastreabilidade sim, mas com nossas análises, saberemos que tipo de produto é, mas não de onde veio”, detalha.

Resultados


Os estudos têm previsão e conclusão prevista para ocorrer até o fim de semana. “Importante destacar a rapidez de nossas análises e do trabalho e eficiência da Ufal. Amanhã [quinta, 17] já terei alguns resultados de agroquímicos. Em 3 dias estaremos com 80% pronto”, detalha.

Os resultados dos testes realizados pelo Instituto do Meio Ambiente (IMA) devem ser liberados nesta quinta-feira (17). O IMA informou que as análises estão sendo feitas pelo órgão e a expectativa é a de que a conclusão seja feita amanhã. O órgão afirmou que ainda é prematuro falar sobre crime ambiental.

Relembre o caso


Os pescadores da região do Flexal, em Bebedouro, no último domingo (13) registraram mortandade de peixes na Lagoa Mundaú. Ainda no fim de semana, pesquisadores da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) fizeram coleta de amostras. Já na segunda (14) o Instituto do Meio Ambiente (IMA) também recolheu material para análises.