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Laudos apontam a presença de pesticidas na laguna Mundaú
Substâncias encontradas podem ser nocivas à saúde humana em caso de ingestão de peixes da região
Na manhã de hoje (18), a Universidade Federal de Alagoas (Ufal) divulgou o resultado dos laudos do pesquisador Emerson Soares, que apontam haver um nível preocupante de contaminação por substâncias químicas na Laguna Mundaú.
As amostras foram coletadas pelo pesquisador em local próximo ao Porto do Sururu, no dia 13 de março, após pescadores da comunidade do Flexal, no bairro de Bebedouro, em Maceió, denunciarem o aparecimento de peixes mortos na região.
Além de apresentarem riscos ao meio ambiente, as substâncias encontradas também oferecem risco à saúde humana em caso de ingestão de pescados oriundo daquela região.
De acordo com Emerson Soares, foram analisados 24 parâmetros físico-químicos no Laboratório de Aquicultura e Análise de Águas (Laqua), que ele coordena, com resultados alterados para 15 desses itens.
“Destes, o que mais chamou a atenção foi o manganês, que estava em concentrações entre 70 a 80 vezes acima do nível permitido. Essa substância provoca distúrbios motores e causa danos ao fígado dos peixes, também impede as trocas gasosas, assim os peixes não conseguem retirar o oxigênio da água”, explicou.
Entre as substâncias encontradas destacam-se “fluoroacetamida, inseticida e raticida, altamente solúvel em água e altamente volátil, moderadamente tóxica para os peixes e provocam altas taxas de mortalidade em animais”, revela o laudo.
De acordo com a conclusão do laudo “os peixes morreram por intoxicação química e orgânica, devido ao produto lançado, de forma intencional, por escape ou ainda por escoamento superficial”.
Os pesquisadores sugerem que haja o monitoramento do ambiente lagunar com vistas a saúde pública, qualidade e segurança alimentar, por conta de alguns índices elevados de mercúrio, manganês, potássio, BTEX (tolueno), bactérias e coliformes fecais encontrados no ambiente, que podem trazer graves danos à saúde da população.
Os laudos já foram enviados para o Ministério Público Federal (MPF) para que sejam tomadas as medidas cabíveis.
Sobre a ocorrência denunciada pelo professor Emerson Soares, quando foi impedido por seguranças de acessar as margens da laguna Mundaú na área mais próxima à base de extração de sal-gema da Braskem, o professor informou que a situação está sendo resolvida. “O reitor Josealdo Tonholo entrou em contato com a direção da empresa que se comprometeu a atender aos pesquisadores e pesquisadoras da Ufal que apresentarem identificação”, finaliza Emerson.
*Com informações da Ascom Ufal