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Rios Jacuípe, Mundaú e São Miguel apresentam riscos de transbordamento

O Serviço Geológico do Brasil, a Defesa Civil e a Semarh fazem alerta

Por Redação 25/05/2022 16h04
Rios Jacuípe, Mundaú e São Miguel apresentam riscos de transbordamento
Agentes da Defesa Civil de União dos Palmares em ação - Foto: Foto: Defesa Civil de União dos Palmares

Com as fortes chuvas da última terça-feira, 24, alguns rios alagoanos correm o sério risco de transbordarem, outros inundaram e alagaram as cidades, prejudicando e deixando moradores preocupados, e até mesmo desabrigados, como aconteceu na cidade de São Miguel dos Campos, com o Rio São Miguel.

 Já na bacia do rio Mundaú em Alagoas, o Serviço Geológico do Brasil registrou inundação. De acordo com o monitoramento do órgão federal vinculado ao Ministério de Minas e Energia (MME), o nível do rio segue subindo e superou a cota de inundação nas cidades de União dos Palmares e Murici

Desde às 23h de ontem (24), quando o rio Mundaú atingiu a Cota de Alerta, o Serviço Geológico do Brasil (SGB-CPRM), por meio da Superintendência Regional de Recife, vem realizando previsões hidrológicas e divulgando boletins do Sistema de Alerta Hidrológico (SAH) da Bacia do Rio Mundaú. 

O monitoramento apontou com antecedência que o rio atingiria a cota de inundação em Alagoas nas cidades de União dos Palmares (4,88m) e Murici (5,05m). Equipes do SGB-CPRM estão acompanhando a situação nas cidades alagoanas, realizando a medição do nível do rio em União e também em Santana do Mundaú.

Vinculado ao Ministério de Minas e Energia (MME), o SGB-CPRM está emitindo boletins sequenciais e previsões, que continuam apontando que o rio continuará em elevação nas próximas horas devido às fortes chuvas que atingem o estado. As informações do monitoramento estão sendo encaminhadas aos gestores municipais para subsidiar a tomada de decisões por parte dos órgãos relacionadas à mitigação dos impactos de eventos hidrológicos extremos, tendo como principal objetivo salvaguardar a vida da população atingida, sobretudo as famílias ribeirinhas.

O Sistema de Alerta Hidrológico da bacia do rio Mundaú possui oito pontos de monitoramento nos rios Mundaú, Canhoto e Inhumas, com previsão hidrológica para os municípios alagoanos de União dos Palmares e Murici, beneficiando uma população de 89.064 habitantes. A bacia do rio Mundaú abrange uma área de 4.150km², sendo 52% no estado de Pernambuco e 48% em Alagoas. O monitoramento da bacia conta com o apoio da Agência Pernambucana de Águas e Clima (APAC) e da Secretaria do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos de Alagoas (SEMARH).

Todos os dados estão disponíveis para consulta pública no portal do Sistema de Alerta de Eventos Críticos (SACE), onde estão reunidas todas as informações disponíveis para cada bacia hidrográfica, como o monitoramento automático de chuvas e níveis de rios em diversas estações hidrometeorológicas, os links para os mapas de riscos dos municípios e todos os boletins de monitoramento e alertas publicados. Para acompanhar os dados do SACE, basta acessar o link http://www.cprm.gov.br/sace/mundau.

Como funciona o monitoramento?

Nas salas de monitoramento do Serviço Geológico do Brasil, as equipes trabalham com dados que são recebidos a cada 01 hora, por transmissores via satélite ou GSM instalados nas estações de monitoramento automáticas. Esses dados são provenientes das estações da Rede Hidrometeorológica Nacional (RHN), de responsabilidade da Agência Nacional das Águas (ANA), e operada pelo SGB-CPRM. Tais estações são dotadas de sensores de nível, que medem a variação nos níveis das águas com alta precisão, bem como pluviômetros automáticos, capazes de registrar a quantidade de chuva em intervalos de segundos.

Os dados são recebidos, consistidos e processados por meio de modelos hidrológicos elaborados pela equipe do SGB-CPRM, e consolidados em forma de boletins de monitoramento, enviados às defesas civis estaduais, municipais, ao Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (CENAD), à ANA, ao Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN) e demais órgãos de interesse. Sempre que há necessidade, são enviados também boletins de alerta hidrológico, com informações adicionais de previsões dos níveis dos rios, de forma que os órgãos atuantes possam se preparar da melhor forma possível para o evento.

Para a operacionalização dos Sistemas, é importante o conhecimento dos impactos associados à variação dos níveis dos rios dentro de cada município, através das chamadas “Cotas de Referência”. No contexto dos SAHs, as cotas de referência associadas às inundações graduais seguem as seguintes definições:

- Cota de Inundação: Cota em que o primeiro dano é observado no município

- Cota de Alerta: Possibilidade elevada de ocorrência de inundação

- Cota de Atenção: Possibilidade moderada de ocorrência de inundação

Com informações da Ascom do Serviço Geológico do Brasil.