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Ufal deixará de receber mais de R$14 mi após cortes no orçamento da Educação

Segundo reitor Josealdo Tonholo, redução vai afetar diretamente funcionamento da Universidade, inclusive a viabilidade das bolsas pagas aos estudantes

Por Alícia Santos, estagiária sob supervisão 31/05/2022 16h04 - Atualizado em 31/05/2022 17h05
Ufal deixará de receber mais de R$14 mi após cortes no orçamento da Educação
Universidade Federal de Alagoas (UFAL) - Foto: Reprodução/Internet

As universidades vem enfrentando grandes problemas nos últimos anos, com os arrochos orçamentários. Na última sexta-feira (27), o Governo Federal bloqueou 14,5% da verba do Ministério da Educação (MEC) destinada ao custeio de Universidade e Institutos Federais. O corte equivale a 3,23 bilhões de reais para todas as universidades, em Alagoas, isso significa que a Universidade Federal de Alagoas (Ufal) deverá perder mais de R$ 14 milhões em seu orçamento. 

De 2019 para o ano presente, o orçamento discricionário da Ufal diminuiu de 165 milhões para 104 milhões. Isso representa uma diminuição de 42% no orçamento de capital e custeio da Universidade. Esse corte afetará diretamente todas atividades acadêmicas e administrativas, incluindo despesas como auxílio estudantil, bolsas de programas estudantis e gastos referentes à manutenção de segurança das instituições e o pagamento de técnicos será prejudicado em todos os seus 8 campis espalhados por Alagoas.

Em entrevista ao Jornal de Alagoas, Josealdo Tonholo, reitor da UfaL, explica o quão complicado se torna essa situação, principalmente levando em conta que os Campis estão retomando as aulas presenciais. "Que tem um custo extra de posicionamento pós-pandemia, então a necessidade que temos de adequar a infraestrutura, os cuidados que temos que ter em sala de aula, na parte digital, estão sendo deveras prejudicadas, com essa medida do Governo de contingenciamento orçamentário, além do corte que já teve nos últimos anos", lamenta. 

Josealdo Tonholo / Cortesia

De acordo com o reitor, o contingenciamento orçamentário representa o fim de qualquer capacidade de planejamento da educação superior e da educação tecnológica do país. 

"É absolutamente impossível fazer o planejamento de uma educação de qualidade, se não temos sequer o planejamento do orçamento que agente vai ter disponível e a garantia da fluência desse orçamento, da perenidade desse orçamento durante o ano, mesmo contingenciado", denúncia Tonholo.  "Estamos sofrendo agora dessa absoluta falta de planejamento do ponto de vista econômico que vai impactar no planejamento da execução das atividades acadêmicas e administrativas".

Reunião

Na última segunda-feira (30), a Universidade se reuniu com a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (ANDIFS) com o intuito de discutir em nível nacional, sobre os impactos que esse bloqueio terá no funcionamento das Universidades Federais (UFs). 

Os reitores chegaram ao consenso que será difícil fechar o ano sem endividamento. Tonholo afirma que a dívida será ainda maior devido ao momento do pós-pandemia "em que os impactos de custeio estão extremamente elevados". Ele explica que deve-se levar em conta também o aumento substancial das contas e das despesas e que o impacto substancial pode prejudicar a continuidade de serviços essenciais.  "Material de informática, material de construção civil, que em alguns casos aumentou em mais de 60%, por exemplo, e os próprios serviços que tiveram reajustes de lei", detalha. 

Para tentar solucionar o problema o reitor afirma: " estamos contatando pessoalmente toda a bancada federal, os deputados e senadores, para sensibilizar com relação a importância do orçamento das Universidades, dos Institutos Federais, não só para o seu funcionamento mais o impacto que isso tem na nossa sociedade, principalmente em regiões periféricas".