A Secretaria de Estado de Saúde (Sesau) confirmou 968 novos casos de Covid-19 em apenas três dias no estado de Alagoas, ou seja, quase 1/3 do que foi contabilizado em todo mês de junho. Segundo os dados do Boletim Epidemiológico, as mortes pela doença chegaram a três nesta semana, a metade do número registrado durante o mês, de seis óbitos. O crescimento dos diagnósticos positivos para o coronavírus já assusta à população, que teme uma quarta onda da pandemia.

Nesta quarta (22), foram 455 casos confirmados e dois óbitos. Foi a primeira vez que os números do boletim passaram de 400 num único dia em comparação com as últimas semanas. Na terça (21), foram 379 novos casos com uma morte, enquanto na segunda (20), o estado contabilizou 134, sem mortos. Ao todo, foram 2.688 casos confirmados da Covid nos 22 dias de junho, sendo que até o último domingo, 19, Alagoas tinham 1.720 pessoas com teste positivo neste mês.

Diante do cenário, a médica infectologista Luciana Pacheco reforçou os cuidados e as medidas protetivas para a população evitar o contágio. "A recomendação é a mesma, manter o uso de máscara, tentar fazer o distanciamento, a higienização, e se vacinar. As pessoas vacinadas, mesmo que pegue a doença, elas transmitem menos. É o tripé da proteção. Agora a gente sabe que agora está difícil, no período de festa, mas se você for ao local, tente ficar afastado e usar máscara enquanto puder", disse em entrevista ao programa Fique Alerta, da TV Pajuçara.

"A gente sabe que hoje a transmissão pelo contato é baixa, a principal forma de contágio é respiratório. Nesse momento, estamos vendo muitos festejos juninos, e sabemos que não se usa máscara. A gente sabendo que há o risco, a gente vai se proteger. Então a maneira mais fácil para a gente é usar máscara. Não adianta a gente usá-la e tirar ela para falar, por exemplo", acrescentou.

O Boletim Epidemiológico da Sesau é disponibilizado todos os dias no site do órgão. Desde o início da pandemia, foram 301.980 casos confirmados e 6.942 óbitos causados pelo coronavírus.

Aumento de casos no público infantil - Mais cedo, o Hospital da Criança, situado no Jacintinho, emitiu nota sobre o aumento dos atendimentos de pacientes pediátricos no estado. "É tempo de alertar aos cuidadores, dos riscos dessa população. Os serviços de saúde notam um aumento expressivo no número de atendimentos. Devemos evitar a exposição das crianças, estimular a higienização das mãos e lavagem nasal nos sintomáticos respiratórios. Casos moderados e graves devem ser encaminhados para as unidades de prontos atendimentos", mostra trecho do comunicado assinado pelo diretor-geral da unidade, João Lourival.

Para Luciana Pacheco, a vacinação é necessária para diminuir este quadro. "A gente vê essa preocupação crescendo na população infantil, temos isso confirmado na população adulta, com aumento de casos. Mas com as crianças, já esperávamos que com a vacinação e o retorno das aulas, com elas vacinadas, pudéssemos ter um controle melhor. A gente está vendo que não está acontecendo. Cerca de 25% da população nessa faixa etária tem as duas doses, então é um índice baixo. Isso favorece a exposição das crianças. Por exemplo, elas, na sala de aula, sem os devidos cuidados, começam a se contaminar e transmitir para o colega"