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Pesquisa constata alta mortalidade de corais em AL devido ao aquecimento global
Estudo tem participação de pesquisadores da Ufal, da UFPE, da UFRJ e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade
Um estudo realizado por pesquisadores do Peld Costa dos Corais Alagoas e Projeto Conservação Recifal (PCR) buscou analisar o impacto de um dos maiores eventos de aquecimento oceânico já registrados na região da Área de Proteção Ambiental Costa dos Corais – a maior unidade de conservação federal marinha costeira do Brasil. O levantamento, publicado na Frontiers in Marine Science, traz dados alarmantes sobre os impactos da catástrofe climática em Alagoas, como uma alta mortalidade de corais que chega em até 50% no caso de algumas espécies.
No ano de 2020, um conjunto de recifes da APA Costa dos Corais próxima ao município de Maragogi, no litoral norte do estado, registrou o maior acúmulo de estresse por calor da série histórica, que data de 1985, quando a metodologia de medição foi criada e os monitoramentos começaram.
O aquecimento extremo, monitorado de perto pelos pesquisadores, trouxe consequências drásticas para a biodiversidade local em um período difícil para a análise – a pandemia de covid-19. Fazendo uso de imagens de satélite e metodologias de monitoramento à distância, os cientistas localizaram grandes bancos de corais que sofreram branqueamento e, muitas das vezes, não sobreviveram.
Derramamento de óleo pode ter contribuído
O derramamento de mais de cinco mil toneladas de óleo no litoral do Nordeste brasileiro, que ocorreu em 2019, pode ter contribuído para o registro das anomalias na temperatura da água na região. De acordo com os pesquisadores, uma das áreas mais duramente afetadas pelo crime ambiental foi a APA Costa dos Corais, com consequências duras para a região estudada, que fica próxima a Maragogi.
“Análises metagenômicas estão em andamento para compreender melhor o papel do microbioma sob tais circunstâncias, e se esse impacto adicional deveria ter um efeito sinérgico”, aponta o artigo.