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10 mitos e verdades sobre câncer de mama
No combate a esta doença, a informação tem um papel fundamental por auxiliar nas medidas preventivas
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer de mama é a primeira causa de morte por câncer na população feminina no Brasil. No combate a esta doença, a informação tem um papel fundamental por auxiliar nas medidas preventivas, no diagnóstico precoce e na adesão ao tratamento, para aumentar as chances de cura e sobrevida, além de melhorar a qualidade de vida das pacientes.
Para entender mais sobre a doença, a médica oncologista Maria Cristina Figueroa Magalhães, tira as principais dúvidas
1. O câncer de mama só afeta quem tem histórico familiar.
Mito. Apesar de pessoas que possuem histórico de câncer de mama na família apresentarem maior risco de desenvolver a doença, medidas preventivas são fundamentais para qualquer mulher. Segundo o INCA, apenas 5% dos casos estão relacionados a fatores hereditários.
2. Amamentar pode proteger contra o câncer de mama
Verdade. Existem evidências de que quanto mais prolongado for o período de aleitamento, maior a proteção, principalmente se a gestação ocorrer antes dos 30 anos de idade. Esse elo se dá porque a amamentação reduz o número de ciclos menstruais e, consequentemente, da exposição a certos hormônios femininos que podem estar associados ao surgimento de tumores, como é o caso do estrógeno. Assim, um mecanismo postulado para o efeito protetor da amamentação é que ela pode retardar o restabelecimento dos ciclos ovulatórios.
Uma grande análise agrupada que incluiu dados individuais de 47 estudos epidemiológicos (aproximadamente 50.000 mulheres com câncer de mama invasivo e 97.000 controles) estimou que, para cada 12 meses de amamentação, houve uma redução de 4,3% no risco relativo de câncer de mama.
3. Quem faz o auto-exame não precisa de mamografia
Mito. O chamado “caroço” não é o único sintoma do câncer de mama. Além dele, existem alguns nódulos não palpáveis que só podem ser detectados por meio da mamografia. Este exame tem papel fundamental na detecção de calcificações, que podem surgir antes mesmo da imagem de um nódulo.
4. O uso de desodorante pode causar câncer de mama
Mito. O câncer se origina da mutação do DNA celular herdado ou adquirido por fatores ambientais. Nenhum tipo de desodorante causa essa modificação. O que pode acontecer com o uso deles são alergias e irritações.
5. Mulheres mais velhas têm mais chance de desenvolver câncer de mama
Verdade. As estatísticas mostram que a idade avançada é um dos fatores de risco para o câncer de mama. Isso não significa que os exames de prevenção não devam ser realizados em mulheres de outras faixas etárias. Dados do INCA mostram que a faixa etária que mais se beneficia do rastreio de câncer de mama é entre os 50 e os 69 anos. É nesse grupo que o custo-efetividade da mamografia é adequado.
6. Atividades físicas ajudam a prevenir o câncer de mama
Verdade. A prática de atividades físicas traz benefícios à saúde em geral e ajudam a prevenir uma série de problemas crônicos e agudos. A obesidade e o sedentarismo aumentam o risco de desenvolvimento de câncer de mama.
7. Todo nódulo na mama é câncer
Mito. Ao longo da vida, nosso corpo apresenta uma multiplicação desordenada de células que podem formar nódulos nas mamas, mas nem sempre eles trazem risco para a mulher. A maioria dos nódulos é de origem benigna e não apresenta risco de evoluir para câncer de mama.
8. O câncer de mama não tem cura
Mito. Quanto mais cedo a doença for diagnosticada, maiores são as chances de cura. Por isso, existe tanto empenho em torno da conscientização para o diagnóstico precoce, como ocorre na Campanha Outubro Rosa. No entanto, é sempre fundamental levar em conta que cada pessoa é única e a evolução da doença também. Os avanços nos tratamentos garantem altos índices de sucesso dos desfechos clínicos.
9. A quimioterapia é indicada para todas as pacientes com câncer de mama
Mito. O uso deste tratamento é bem frequente, mas em muitos casos não é necessário. A decisão em relação ao uso ou não de quimioterapia é baseada em vários fatores: tamanho e características do tumor, dados do estudo imuno-histoquímico (tipo de câncer de mama) e condições de saúde da paciente, entre outros. Terapias conjugadas com uso de medicamentos biossimilares vem ampliando as opções de tratamento de combate ao câncer de mama e contribuindo para desfechos clínicos bem-sucedidos.
10. É possível estar com câncer de mama e não apresentar sintomas
Verdade. Existem alguns sintomas do câncer que não estão relacionados a “caroços” nos seios. São eles: pele com escamação, irregular ou inflamada; vazamento pelo mamilo, inchaço da mama; dor nas costas e no pescoço; e perda de peso inexplicável. Além disso, o rastreio com mamografia anual a partir dos 40 anos é extremamente importante para os casos em que a paciente não possui sintoma.