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Homem consegue guarda de três irmãos em abrigo de Maceió

Hoje, as crianças já estão morando com o adotante, Jair, na cidade de Bento Ribeiro, no Rio de Janeiro

Por Redação* 14/10/2022 15h03
Homem consegue guarda de três irmãos em abrigo de Maceió
Pablo, Luan e Ian estavam acolhidos no Abrigo Institucional Acolher, em Maceió. - Foto: Reprodução/Internet

Os irmãos Pablo, Luan e Ian, de 10, 11 e 12 anos, que estavam acolhidos no Abrigo Institucional Acolher, em Maceió, tiveram suas vidas mudadas, após terem guarda provisória concedida ao funcionário público Jair Pereira. 

Hoje, junto do adotante, Jair, estão morando na cidade de Bento Ribeiro, no Rio de Janeiro.

As chances de crianças com essa faixa etária serem adotadas é reduzida em relação a crianças menores, como explica a juíza Fátima Pirauá, titular da 28ª Vara da Infância e Juventude de Maceió e responsável por esse processo de adoção.

“Quando vai se habilitar, o casal diz qual o perfil de criança que deseja, e o perfil idealizado pela grande maioria é de bebês. Até 5 anos, a gente tem muita facilidade de conseguir um casal ou uma pessoa que queira adotar. A partir daí, de seis, sete em diante, é bem difícil”, relata a magistrada.

Segundo a assessoria de Comunicação do Tribunal de Justiça de Alagoas, a juíza aponta que há cerca de 300 pessoas ou casais de Maceió cadastrados no Sistema Nacional de Adoção. Mas outra questão que dificulta a concretização de adoções como a de Pablo, Luan e Ian é o fato de se tratar de um grupo de irmãos, pois o direito à convivência entre eles deve ser preservado.

“É muito complicado que a gente consiga um adotante que queira tantas crianças”, observa Pirauá. Uma alternativa à adoção de todos por uma única família é quando há famílias que moram próximas e estão interessadas nos irmãos.

“A gente faz uma analogia com a guarda compartilhada, a adoção compartilhada. São dois casais, por exemplo, que se conheçam, que morem em bairros próximos, e que aceitem adotar separadamente os irmãos, mas que não deixem eles perderem o vínculo. As famílias ficam se encontrando e as crianças crescem juntas”, explica a juíza.

Adoção ainda será concluída


Desde agosto, Jair mantinha contato com os meninos por videoconferência. A concessão da guarda provisória ocorreu em 30 de setembro. A partir de agora, há ainda um período de 90 dias de “estágio de convivência”, em que o relacionamento entre adotante e adotados será acompanhado pela Justiça do Rio de Janeiro, nesse caso.

“A adoção é irrevogável. Depois que é prolatada a sentença de adoção e um novo registro é feito, não é possível voltar atrás. Passa a ser filho com todos os direitos e todos os deveres. Então tem que ter um período para ver se o vínculo afetivo se fortalece e a convivência está sendo benéfica para a criança”, afirmou Fátima Pirauá.

Campanha do TJ possibilita adoções


A magistrada destacou a importância da Campanha Adoções Possíveis, da Diretoria de Comunicação do Tribunal de Justiça de Alagoas, que consiste na divulgação de textos e vídeos sobre crianças e adolescentes abrigadas em instituições.

Nas produções, é possível conhecer um pouco da personalidade dos meninos e meninas. “As adoções de crianças de uma idade mais avançada acontecem normalmente depois que os adotantes veem o vídeo. A pessoa vê o vídeo e se interessa pela fala e o jeito das crianças. Saber o que elas gostam, os sonhos delas, faz você criar uma empatia”.