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Esporotricose: Unidade de Vigilância de Zoonoses reforça os cuidados contra a doença

Enfermidade provoca lesões que atingem a pele e até os ossos de animais, principalmente gatos

Por Ascom SMS 13/11/2022 17h05
Esporotricose: Unidade de Vigilância de Zoonoses reforça os cuidados contra a doença
De janeiro a novembro deste ano, a UVZ diagnosticou 97 animais com esporotricose - Foto: Victor Vercant/Ascom SMS

A prevenção e o controle de doenças transmitidas aos seres humanos, a partir do contato com animais, é uma das frentes de atuação da Secretaria Municipal de Saúde de Maceió (SMS). Para realizar este trabalho, a pasta conta com a Unidade de Vigilância de Zoonoses (UVZ), localizada na Cidade Universitária, que busca ativamente animais com suspeita ou comprovação de zoonoses, como por exemplo através de exames para o diagnóstico de Esporotricose nos pets.

Acometendo principalmente gatos, a esporotricose é uma micose subcutânea causada pelo fungo Sporothrix schenckii, que se aproveita principalmente de feridas abertas e de corpos estranhos penetrantes, como espinhos, para entrar no organismo. Depois da contaminação, a esporotricose causa lesões que vão progressivamente atingindo a epiderme, a derme, os músculos e até os ossos dos bichanos, sendo mais branda em cães e seres humanos.

De acordo com dados da Gerência de Laboratório e Entomologia da UVZ, de janeiro até o dia 8 de novembro de 2022, foram examinados 210 animais. Destes, durante análise realizada em laboratório, 113 foram negativos e 97 testaram positivos, o que corresponde a 46,2% de animais diagnosticados com a doença - um número considerável, segundo a Gerência.

O biólogo da UVZ, Carlos Fernando Rocha, detalhou como é feito o diagnóstico, após o material ser coletado por médicos veterinários da unidade.

“O diagnóstico é realizado através de cultura em placa de petri, com meio de cultura própria, e por imprint de lâmina de microscopia sobre a lesão (ferida), fazendo pressão para que o material cutâneo fique aderido”, explicou.

A esporotricose também pode infectar humanos, mesmo sendo de forma mais branda. Contudo, é necessário ter alguns cuidados contra a doença para não ser contaminado.

Coleta com imprint de lâmina sobre a lesão. Foto: Arquivo UVZ



“Quem tem animal com lesões precisa tomar muito cuidado quando for manipular o gato, para não acontecer arranhões ou mordidas e nem tocar as lesões cutâneas sem a mão estar protegida com luvas. Caso a pessoa seja arranhada é importante lavar a região com sabão e procurar assistência médica”, comenta o biólogo.

“É importante reforçar que a esporotricose tem tratamento e cura. O diagnóstico dos animais pode ser feito em clínicas veterinárias. Por isso, o animal com suspeita de esporotricose não deve ser abandonado, maltratado ou sacrificado. Com tratamento adequado, feito com medicamentos antifúngicos, e informações corretas sobre os cuidados necessários é possível promover a cura do animal”, afirmou.

Coletas no Saúde da Gente


Além da Unidade de Vigilância de Zoonoses, as tendas pets do Saúde da Gente - programa de assistência em saúde itinerante da Prefeitura de Maceió - também passaram a realizar, nesta semana, atendimento voltado à Esporotricose. Na consulta, o médico veterinário colhe amostras dos animais com suspeita da doença e encaminha o material para a análise no laboratório da UVZ.

A frente de Saúde Animal também disponibiliza vacinação antirrábica, atendimentos clínicos e vermifugação. Os serviços acontecem de domingo a domingo, de 8h às 20h, e permanecem nos bairros da capital por uma semana.