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Mãe e padrasto de Rhaniel são condenados a mais de 40 anos de prisão

Para o promotor de Justiça Ary Lages Filho, o júri foi exaustivo mas valeu a pena porque, com a justiça feita, a alma da criança agora pode descansar

Por Redação 13/12/2022 06h06 - Atualizado em 13/12/2022 09h09
Mãe e padrasto de Rhaniel são condenados a mais de 40 anos de prisão
Mãe e padastro do menino Rhaniel - Foto: Reprodução

Um caso com repercussão nacional, uma família dilacerada,uma sociedade à espera de justiça para o menino Rhaniel Pedro, de 10 anos, que foi brutalmente assassinado em maio de 2021, no bairro do Clima Bom, em Maceió.

Após mais de 11 horas de júri, levado a réplica e tréplica, a atuação precisa da acusação, que teve como titular o promotor de Justiça Ary Lages Filho, auxiliado pelos assistentes de acusação Rosaly Damião e Jailson Ferrinha, ambos presidente estadual e vice-presidente nacional do Instituto Nacional de Combate à Violência Familiar, respectivamente, o conselho de sentença entendeu a culpabilidade dos réus votando pela condenação. 

O padrasto da criança,Vitor Serafim de Oliveira, foi sentenciado com 49 anos e 10 meses de prisão, enquanto seu irmão Wagner de Oliveira Serafim com 41 anos e 5 meses. A mãe da vítima, Ana Patrícia da Silva Laurentino Lourenço, também teve pena de 41 anos e 5 meses.

Os acusados foram condenados por homicídio triplamente qualificado, estupro de vulnerável e ocultação de cadáver. Embora a defesa, com três advogados constituídos, tentasse desqualificar as circunstâncias qualificadoras do crime, o Ministério Público, por meio do seu representante, e também os assistentes de acusação apresentaram provas contundentes capazes de sensibilizar e convencer os jurados a decidir pela condenação dos três réus, em regime fechado.

No início do julgamento, a defesa tentou colocar sob suspeita o pai de Rhaniel Pedro, identificado como Othoniel, que mora em Pernambuco e prestou depoimento de forma virtual. Apesar de ele já ter registro de violência, inclusive deflagrando um tiro contra a ex-mulher e mãe do menino, a própria família de Ana Patrícia afirmou não haver a menor possibilidade de sua participação ressaltando que no dia do desaparecimento o mesmo se encontrava no Recife.

Para o promotor de Justiça Ary Lages Filho, o júri foi exaustivo mas valeu a pena porque, com a justiça feita, a alma do pequeno Rhaniel agora pode descansar.

“Tínhamos provas irrefutáveis e sustentamos a acusação com todas as qualificadoras da denúncia. Tivemos um debate extenso, sabíamos que a defesa tentaria desclassificar, colocar em dúvida, usar todos os elementos para inocentar os réus, mas chegamos ao tribunal do júri confiantes de que a justiça seria feita e precisávamos dela para Rhaniel, um menino de apenas 10 anos e assassinado barbaramente. Cumprimos a nossa missão, que é a de promover justiça, e o conselho de sentença compreendeu que estávamos certos ao apontá-los como os criminosos entendendo que deviam ser condenados à prisão em regime fechado”, ressalta o promotor Ary.


O crime


Lesões na região craniana, na face, hematomas na região do tórax e na boca, rompimento anal por violência sexual causada por objeto que não conseguiram identificar. O menino Rhaniel Pedro Laurentino, tinha apenas 10 anos quando desapareceu na manhã do dia 12 de maio de 2021, no bairro do Clima Bom, em Maceió. Ele teria saído para aula de reforço, mas foi encontrado morto na manhã do dia seguinte, coberto por um lençol, numa calçada que fica no mesmo bairro.

Apesar de jurarem inocência, a conclusão do inquérito foi de que na cueca do menino Rhaniel havia material genético do padrasto e do irmão dele. Também foi afirmado pela Polícia Científica que o crime teria ocorrido na madrugada do dia 12 (do desaparecimento). Ainda de acordo com a investigação, naquele momento estavam na residência os três acusados.

*Com MPAL
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