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Membros da Gangue Fardada são absolvidos de acusação pela morte do Cabo Gonçalves
Os réus eram: Eufrásio Tenório Dantas, Valdomiro dos Santos Barros, Talvanes Luiz da Silva, José Luiz da Silva Filho e Daniel Luiz da Silva Sobrinho
Desde a última terça-feira (24), acontece o julgamento dos cinco ex-policiais acusados de envolvimento na morte brutal de José Gonçalves da Silva Filho, mais conhecido como Cabo Gonçalves com mais de 40 tiros, em 1996. Os réus: Eufrásio Tenório Dantas, Valdomiro dos Santos Barros, Talvanes Luiz da Silva, José Luiz da Silva Filho e Daniel Luiz da Silva Sobrinho são membros da Gangue Fardada. Eles foram absolvidos pelo Júri Popular, na noite desta quarta-feira (25), após dois dias de julgamento.
A defesa de Talvanes e José Luiz alegou, durante a atuação no julgamento, alegou que não existiam provas para condená-los. "Um processo muito logo, porém a única prova que existia contra os acusados, era um depoimento do ex-coronel Cavalcante, mas, ele refez o depoimento, afirmando que nenhum dos acusados tinha participação no crime. A partir disso, não existe nenhum elemento de provas contras os denunciados", disse Matheus Marques, advogados dos acusados.
Cavalcante acusava os outros membros por participarem do crime, por volta de 2008, porém, refez o depoimento na terça-feira (24), quando prestou seu depoimento. Em entrevista à reportagem, o advogado disse também acreditar na inocência dos outros três acusados: Eufrásio Tenório Dantas, Valdomiro dos Santos Barros e Daniel Luiz da Silva Sobrinho.
O Ministério Público de Alagoas - MPAL defendia a tese de que o caso tratava-se de homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe juntamente de emboscada. Pedindo apenas as condenações de 4 acusados. Para o órgão, o único que deveria ficar de fora da condenação era Valdomiro dos Santos Barros, por não inexistência de provas.
Entenda o caso
Com envolvimentos em crimes de pistolagem, policiais foram expulsos da PM relacionados à famosa ‘Gangue Fardada’, que assombrou Alagoas por um período, onde o Cabo Gonçalves foi executado em 9 de maio de 1996, com mais de 40 tiros, por volta das 11h, no Auto Posto Veloz, localizado na avenida Menino Marcelo, em Maceió.
Acusados de participarem do assassinato: Paulo Ney de Moraes, Jaires da Silva Santos, Valdomiro dos Santos Barros, Talvanes Luiz da Silva, Eufrásio Tenório Dantas, Daniel da Silva Sobrinho, José Luiz da Silva Filho, Marcos Antônio Cavalcante e Manoel Francisco Cavalcante.
Pelo menos quatro PMs estavam agindo juntos aos ‘irmãos Cavalcante’, que também participaram da ação, sendo eles: Jaires da Silva Santos, o Jairo; Talvanes Luiz da Silva; cabo “João Fuba”, e Daniel Luiz da Silva Sobrinho.
O PM Jairo esteve lotado no gabinete de João Beltrão na Assembleia Legislativa do Estado (ALE) até 2015; Já o PM Talvanes esteve preso em Tocantins pelo assassinato de Pedro Arapiraca e só deixou o corpo da Polícia Militar em 2016.
O Cabo Gonçalves havia feito várias denúncias quando permaneceu preso, respondendo por crimes encomendados. Ele antes de morrer, acusou, o coronel Cavalcante de realizar vários crimes, a mando do deputado João Beltrão.
Coronel Cavalcante e o irmão foram absolvidos em 2011, porém, a Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Alagoas - TJAL considerou que os jurados decidiram de forma contrária às provas dos autos.
O ex-deputado João Beltrão, único político réu até então, foi inocentado pelo Tribunal de Justiça de Alagoas em outubro de 2017, por falta de provas de sua participação no crime. Os desembargadores concordaram que o único indício contra ele foi desfeito quando o ex-tenente-coronel Manoel Cavalcante mudou sua versão.