Alagoas perdeu nesta sexta-feira (10), aos 80 anos, o professor Luiz Sávio de Almeida. Dono de extensa obra, o Sávio era referência em todo o Nordeste e conhecedor da Alagoas profunda. 

Em seu currículo e obra, Sávio perpassava pelo entendimento das pessoas que ajudaram a construir Alagoas, sua identidade e cultura: índios, mulheres, negros, pais e mães de santo, moradores de grotas, favelas e comunidades, minorias sociais e, principalmente, o povo alagoano. 

Professor emérito da da Ufal, o professor trabalhava, entre outros temas, com História Regional do Brasil. Em 2022, ele foi homenageado pela Universidade devido à sua contribuição histórica para o estado. "São 80 anos de vida e décadas dedicadas à colaboração com a cultura, a educação pública e a historiografia do Estado. Vida e obra serão comemoradas", diz o texto da Ufal para o relançamento da 2ª edição do clássico Material biográfico de Vicente de Paula o capitão de todas as matas: guerrilha e sociedade alternativa na mata alagoana, escrito e apresentado por Sávio.

O livro discute diferentes perspectivas, numa abordagem sociológica e histórica, sobre a formação da mata alagoana, enfocando as sociedades alternativas que se montaram, e coloca em evidência dois grandes momentos da história nordestina, a Cabanada e a Revolução Praieira. Com a primeira edição esgotada, o trabalho para a reedição da obra é um presente para a memória do Estado.

Sávio era formado em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade Federal de Alagoas (1965), possuía mestrado em Educação pela Michigan State University e doutorado em História pela Universidade Federal de Pernambuco.

Sávio Almeida faleceu de causas naturais, em um hospital particular de Maceió. A família ainda está definindo detalhes do velório e enterro.