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Mães de crianças autistas alagoanas protestam contra o plano Smile Saúde, em Maceió
Elas reclamam que o tratamento está sendo descontinuado após a operadora transferir atendidos para uma clínica própria sem estrutura e profissionais adequados
Próximo às 9h da manhã desta quarta-feira (22), um grupo de mulheres estendeu uma faixa com os dizeres: “Smile, queremos tratamento digno para os nossos filhos”, em frente ao empresarial Delman, localizado na Rua Sampaio Marquês, no bairro de Pajuçara, em Maceió.
A cobrança é para que o plano de saúde dê tratamento digno aos filhos dessas mulheres, que possuem o espectro autista e, segundo elas, estão tendo o tratamento descontinuado e prejudicado pela operadora do Plano de Saúde. Elas fecharam a rua e colocaram fogo em pedaços de madeira e galhos.
Segundo Miqueline Almeida, o plano de saúde descredenciou as clínicas particulares que prestavam atendimento às crianças e as transferiu para uma sala própria dentro do empresarial Delman, porém sem a infraestrutura adequada e nem os profissionais capacitados para atender mais de 200 crianças que estão, aponta, sendo prejudicas em Alagoas.
“Essa sala não tem banheiro, não tem copa. As obras estão inacabadas. Como uma criança vai passar um período todo em um ambiente que não tem banheiro? Os profissionais também não são capacitados, a sala de fisioterapia não tem equipamentos adequados e está cheio de materiais de construção no meio da sala”, reclama Miqueline.
“Essa clínica não tem suporte adequado. Não tem analista que atenda pelo método ABA. São crianças que já fazem tratamento há cinco anos, que falam e antes não falavam. Sem contar que a sala é superlotada. A gente teme que o tratamento dos nossos filhos regresse”, diz outra mãe presente no grupo, identificada apenas como Aline.
Elas dizem que os filhos estão há mais de 15 dias sem tratamento adequado e pedem que o Ministério Público possa atuar para garantir que o Smile Saúde cumpra as obrigações contratuais. O grupo de mães já tem uma ação judicializada contra o plano, desde 2021, após a operadora limitar as sessões de terapia destinadas aos pacientes, que não pode ser limitado - alegou uma mãe. "Eles vinham cumprido o relatório médico, mas a partir de dezembro começaram a descredenciar as clínicas".