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Apenas 18% dos usuários de internet no Nordeste do Brasil tem rede de alta velocidade
Pesquisa do Cetic detalhou dados dos usuários da rede de computadores em todo o Brasil
Pesquisa divulgada na última terça-feira (16) pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br) sobre o uso das Tecnologias de Informação e Comunicação nos Domicílios brasileiros (TIC Domicílios) referente ao ano de 2022, apontou que a região Nordeste possui a menor porcentagem de domicílios que utilizam internet com maior velocidade (51mbps ou mais), com apenas 18%.
O serviço ainda é precário comparado aos números das outras regiões. A região Sul possui 40% dos seus domicílios com alta velocidade na rede, seguida do Centro-Oeste, com 32%, Sudeste, com 31% e Norte 23%. Em 2021, o número para o Nordeste brasileiro era ainda menor: apenas 14% que utilizavam internet com de boa conexão.
Item cada dia mais indispensável na vida do brasileiro, a internet, porém, para muitos ainda é um artigo de luxo. De acordo com a pesquisa, 22% dos nordestinos ainda não tem internet em casa e, para 61% deles, o motivo é que ter uma conexão de rede em casa é muito caro.
Cerca de 36 milhões de pessoas não acessaram a internet no Brasil em 2022. O número de pessoas que não acessaram a internet em 2022 representa 19% da população com 10 anos ou mais, índice que permaneceu estável na comparação com 2021.
Uma pesquisa feita pela Surfshark, empresa de cibersegurança holandesa, em 2022, apontou que o Brasil possui uma internet seis vezes mais cara que a dos Estados Unidos. Com isso, temos 20% das casas na região nordeste que pagam em média de R$ 51 a R$ 60 pelo serviço de internet. Em contraponto a isso, o Sul, região que tem a maior porcentagem de melhor internet, tem 30% da sua população pagando entre R$ 101 a R$ 150.
A pesquisa ainda mostra que 142 milhões fizeram uso diário ou quase diário da rede no país. A maior parte dos usuários de Internet brasileiros 62% acessa a rede exclusivamente pelo celular, realidade de mais de 92 milhões de indivíduos. No nordeste, o número de domicílios com equipamento de telefone celular é de 93%.
No Brasil
A presença de Internet nos domicílios também ficou estável entre 2021 e 2022, alcançando 60 milhões de lares brasileiros, o que corresponde a 80% do total de domicílios no país. Verificou-se estabilidade na presença de conexão nas residências das áreas urbanas (82%) e rurais (68%) e em todos os estratos sociais analisados: classe A (100% dos domicílios conectados), B (97%), C (87%) e DE (60%).
Cabo ou fibra óptica segue como o principal tipo de conexão no Brasil, presente em 38 milhões dos domicílios, sobretudo, naqueles da região sul, onde 72% dos lares adotam essa tecnologia. Por outro lado, a região Norte possui a maior proporção de domicílios cuja principal conexão é pela rede móvel 3G ou 4G (27%).
Entre os domicílios conectados, 16% compartilham a conexão com o domicílio vizinho. Essa situação é mais comum nas áreas rurais (27%), no Norte (21%) e no Nordeste (22%) do Brasil e nas classes C (16%) e DE (25%). “Observamos que um maior compartilhamento da conexão ocorre entre os estratos onde também é maior a proporção de domicílios sem acesso à Internet, indicando a existência de barreiras à conectividade”, analisa Fabio Storino, coordenador da pesquisa.
Já no caso dos domicílios sem acesso à rede, o preço do serviço, a exemplo do verificado ao longo da série histórica da pesquisa, foi apontado pelos entrevistados como principal motivo (28%) para a não conexão, seguido pela falta de habilidade (26%) e falta de interesse (16%).
A pesquisa foi realizada de junho a outubro de 2022 por meio de entrevistas face-a-face com uma amostra de 20.688 pessoas e 23.292 domicílios.
*Estagiário sob supervisão