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Doença do Beijo: infectologista da Sesau explica o que é, como prevenir e tratar
A mononucleose infecciosa é causada pelo vírus Epstein-Barr e o principal veículo de transmissão é a saliva
A mononucleose infecciosa, mais conhecida como doença do beijo, é uma
infecção causada pelo vírus Epstein-Barr, transmitida principalmente pela saliva.
Mas, como ela é contraída, como é possível evitá-la e como se dá o tratamento?
A infectologista da Secretaria de Estado da Saúde de Alagoas (Sesau), Sarah
Dominique Dellabianca, esclarece todas estas dúvidas.
De acordo com a infectologista, a mononucleose é muito comum em todo o mundo, devido à sua transmissão na comunidade ser facilitada pelo convívio social. No entanto, ela não é transmitida somente no ato de beijar. O compartilhamento de objetos pessoais como escova de dente, copos e talheres também estão entre as formas de transmissão, que ainda pode ocorrer através da via sexual.
O Ministério da Saúde (MS) afirma que a mononucleose afeta, principalmente,
jovens e adultos com idade média entre 15 a 25 anos e que estudos demonstram
que até 90% da população já foi infectada pelo vírus Epstein-Barr em alguma fase da vida. Os sintomas da doença do beijo duram cerca de 30 a 45 dias e podem causar dor de garganta, fadiga, mal-estar, febre e inchaço dos gânglios.
Em casos mais graves, a pessoa infectada pode desenvolver dor nas articulações e na barriga, além de manchas pelo corpo.
“Os principais sintomas são febre – que pode ser prolongada por semana e até
meses – aumento dos gânglios, fadiga, faringite com amigdalite, aumento do
baço, hepatite e, em alguns eventos mais raros, pode ocorrer anemia autoimune,
infecciosa e bacteriana associada, além de sangramentos e até linfomas,
muitos anos após a infecção inicial”, explica Sarah Dominique
Dellabianca.
A doença do beijo também pode se apresentar na fase crônica, que é mais rara.
Nela, as manifestações são hepatoesplenomegalia - aumento do fígado -, e
petéquias no palato - leves hemorragias internas em vasos sanguíneos, que
formam manchas vermelhas na pele ou na mucosa.
Tratamento
De acordo com o Ministério da Saúde, não existe tratamento específico para
mononucleose, e o maior problema é que, mesmo sem sintomas, uma pessoa
infectada pode transmitir a doença até um ano após a infecção. No entanto,
analgésicos e antitérmicos podem ser utilizados para amenizar os sintomas em
alguns casos.
“O tratamento ocorre com sintomáticos, por meio de analgésicos e antitérmicos.
É contra indicado o uso de anti-inflamatórios, e existe medicamento antiviral
como o aciclovir destinado a mononucleose, mas, é importante ressaltar, que ele
fica reservado para casos de pessoas imunossuprimidas. Mesmo quando há
amigdalite, não tem indicação de realizar o tratamento desta forma, nem mesmo
com antibióticos. Em casos de obstrução da via aérea pela amigdalite, pode usar
um corticoide”, salienta Sarah.