Geral
Saiba tudo sobre o doador de esperma que teve mais de 500 filhos de forma ilegal
Jonathan Jacob Meijer explicou ao Fantástico os motivos que o levaram a ser um "doador em série". Ele foi proibido pela Justiça de fazer novas doações de sêmen
Após doar esperma para centenas de inseminações artificiais de maneira irregular, o músico e influenciador digital Jonathan Jacob Meijer foi proibido pela Justiça da Holanda de fazer novas doações de sêmen dentro do país. Em entrevista exclusiva ao Fantástico deste domingo (2), Jonathan afirmou que a decisão foi "discriminatória", mas reconheceu que mentiu para as famílias.
"É estranho, na Holanda e no mundo há grandes bancos de sêmen que enviam milhares de amostras pelo correio e há outros doadores que têm até mais filhos do que eu. Então, acho discriminatório que me proíbam, mas não haja restrições para essas grandes clínicas", afirmou.
No começo de abril, o Fantástico mostrou que centenas de mulheres holandesas estavam preocupadas após perceberem que os seus filhos, frutos de inseminação artificial com sêmen de um doador anônimo, se pareciam.
Ao investigar, elas descobriram que um mesmo homem, Jonathan Jacob Meijer, havia feito centenas de doações de forma ilegal. Elas o processaram pelo caso e, em 28 de abril, ele foi proibido pela justiça de fazer novas doações e obrigado a pedir a destruição de todas as amostras do seu sêmen armazenadas em clínicas no exterior. Em caso de descumprimento, a multa pode chegar a 100 mil euros, mais de R$ 500 mil.
Na entrevista ao Fantástico, Jonathan afirmou que queria ajudar as famílias a terem filhos, mas reconheceu que mentiu.
"Para um pequeno grupo de mães, eu realmente dei um número falso de crianças concebidas com meu sêmen e isso não foi correto. Eu assumo a responsabilidade e peço desculpas", afirmou.
Pelas leis holandesas, um doador pode ajudar a conceber 25 crianças de até 12 famílias diferentes, mas os números de Jonathan são muito maiores.
O instituto Donorkind, que dá assistência a pessoas concebidas a partir de doação de sêmen e que ajudou as mães no processo judicial, conseguiu contabilizar 270 filhos biológicos dele. Já nas contas de Jonathan seriam pelo menos 550.
Na Holanda, pessoas geradas a partir de doação de sêmen tem o direito de conhecer os doadores a partir de 16 anos.
Jonathan afirma que tem contato com cerca de 75% das crianças. "Algumas mães me enviam fotos dos filhos, me encontro com cada família uma vez ao ano", disse.
Natalie, uma das mães de um filho inseminado com sêmen doado por Jonathan, no entanto, questiona a suposta boa relação entre ele e as mães, principalmente quando elas o confrontam sobre as mentiras.
"Ele vive dizendo que gostaria de manter uma boa relação com as mães e as crianças, mas assim que a gente tenta falar sobre a mentira, ele bloqueia nossos celulares e interrompe o contato", afirma.
Presidente do instituto Donorkind, Ties van der Meer afirma que mesmo que seja verdade que Jonathan tenha contato com parte das crianças nascidas via inseminação, é "impossível manter um contato afetivo, positivo e duradouro com tantos filhos assim". Ele também alerta da possibilidade de incesto entre essas crianças, caso não saibam que são irmãs biológicas.
"Quando eles crescerem, vão começar a se relacionar com outras pessoas e a chance de se encontrarem com um dos irmãos será enorme", afirma Suzanne, mulher de Natalie .
Em suas redes sociais, Jonathan não fez qualquer comentário sobre a decisão da justiça, mas em um dos últimos vídeos publicados, ele ressalta o valor de ter uma família grande, com muitos irmãos.
"Espiritualmente, você está conectado a mais gente e isso é incrível", disse.
Jonathan afirmou ainda que não se arrepende. "De maneira nenhuma, senão eu vou estar me arrependendo de ter gerado as crianças e eu amo as crianças", afirmou.
Em resposta, Natalia afirma que ele é "responsável pelo que fez". "[Ele] vai ter de lidar com as consequências, e uma delas é ver as mães darem um basta em tudo isso", disse.
*Com G1