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População da Garça Torta impede ofensiva de condomínio de luxo e para trator que aterrava mangue
O aterramento foi uma iniciativa do condomínio de luxo Morada da Garça; moradores estavam incomodados com o avanço do mar dentro da área
Um grupo de moradores, pescadores e banhistas locais do bairro da Garça Torta, no Litoral Norte de Maceió impediu o aterramento do Riacho da Garça e do manguezal da região, nesta segunda-feira (31). Ao avistar uma ação conduzida por meio de tratores que levavam bancos de areia para aterrar o riacho e formar um ‘paredão’ no mangue, as pessoas logo se organizaram para impedir a continuação do aterramento.
O aterramento foi uma iniciativa do condomínio de luxo Morada da Garça. Os moradores estavam incomodados com o avanço do mar dentro da área. Segundo ambientalistas e protetores das águas que fazem parte da comunidade local o avanço da maré é uma consequência da própria ação humana concretizada a partir do momento em que o condomínio foi erguido sobre um manguezal.
O boom de condomínios, prédios e hotéis ‘pé de areia’ em Áreas de Preservação Permanente (APPs) ou de Proteção Ambiental (APAs), vêm prejudicando gravemente os territórios onde são construídos. Entretanto, ainda que órgãos ambientais autorizem e permitam intervenções, a natureza, por outro lado, determina sua própria autorização – e cobra: como declararam os moradores nativos da Garça, como o bairro é conhecido.
Desta vez, a cobrança teve ajuda da população local, que não só conseguiu impedir o andamento dos tratores, como decidiu ainda cavar brechas nos bancos de areia, permitindo que as águas do rio e do mar voltassem a se encontrar.
*Midia Caeté