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Acamada e com câncer, jovem é obrigada a fazer perícia do INSS presencialmente em Maceió
Késia Ferreira faz tratamento há dois anos contra a doença e não consegue andar; a família teve que fretar uma ambulância para levá-la à agência da Previdência Social
Késia Ferreira, de 26 anos, faz tratamento de câncer no cérebro há dois e vive acamada. Ela teve que ser levada de ambulância para uma agência do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), em Maceió, na tentativa de garantir a aposentadoria.
A família informou que, mesmo apresentando uma procuração, foi orientada pelo órgão a levar a jovem, de maneira presencial, para fazer a perícia médica. O procedimento é um dos requisitos obrigatórios para a concessão de benefícios previdenciários.
“A gente solicitou a perícia domiciliar, o INSS ficou de ligar para marcar o dia e não veio. Por isso, indeferiu o pedido por falta de comparecimento. Só que eu compareci. Agendamos para hoje, novamente, e tivemos que arrumar dinheiro para contratar ambulância para levá-la, o que foi muito difícil porque a minha filha não anda, é acamada", informou a mãe de Késia, a dona de casa Célia Silva.
Ela ainda disse que esteve na agência e apresentou a procuração, mas o documento não foi aceito. No novo agendamento de perícia foi feito e a família teve que pagar R$ 250 pelo frete da ambulância.
"Eu parei de trabalhar, parei a minha vida para viver a vida dela. A vida dela é a minha vida. A minha rotina é de cuidados o dia inteiro, desde quando acordo até a hora de dormir. Gratidão a Deus por ela estar aqui comigo. Só quem cuida de uma pessoa assim sabe a luta e a dificuldade. Só vivendo o momento para sentir na pele", relatou a mãe.
Ela conta que não tem renda e depende da ajuda de parentes e vizinhos para arcar com as despesas do tratamento da filha, à base de medicamentos controlados.
No contato que fez ao INSS em Alagoas, a produção da TV Gazeta foi informada que detalhes sobre benefícios são repassados à imprensa pela Previdência Social em Brasília. Foi feito contato com o Ministério e a resposta é que não havia tempo hábil para dar explicação nesta terça-feira para localizar o caso da Késia e informar o que aconteceu.
Uma lei assegura que pessoas acamadas, sem possibilidade de locomoção ou hospitalizadas, não precisam ir até a agência, e que é papel do INSS ir até o segurado.
*Com informações da GazetaWeb