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Arquiteto apresenta alternativa "sem desapropriações" para obra no Antares e questiona ausência de projeto da Prefeitura
Em entrevista ao Jornal de Alagoas, o arquiteto e professor da Ufal, Dilson Ferreira, apresenta alternativa para o projeto que prevê a construção de uma nova via urbana
O projeto da Prefeitura de Maceió de construção de uma nova via urbana, na região do Antares, e que ligará dois bairros da parte alta da capital alagoana está em andamento. Ele prevê, inicialmente, a desapropriação de 29 imóveis residenciais que “impedem” a passagem da obra.
O professor do curso de arquitetura e urbanismo da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Dilson Ferreira, avalia, porém, que a pista poderia ser construída sem que nenhum imóvel fosse desapropriado e os moradores tivessem que deixar as suas casas.
Ferreira apontou alternativas para que o projeto acontecesse sem desapropriações e afirmou que a Prefeitura de Maceió não consultou os moradores para realizar a obra. Essa afirmação foi corroborada pelos moradores, como reportado pelo Jornal de Alagoas.
Segundo ele, não serão 29 os imóveis desapropriados pela Prefeitura, mas sim 40 e outros tantos terrenos e até uma praça serão afetados pela obra. Em vídeo publicado nas redes sociais, o professor alega que há possibilidades menos danosas à população do Antares”.
Assista:
Ao Jornal de Alagoas, Ferreira comentou que o ponto mais grave, não seria somente a definição do projeto, mas a falta de debate social e a recusa em entregar dados técnicos que deveriam estar em domínio público.
“Quando se fala um projeto desse tipo, você precisa mostrar várias alternativas e dizer o seguinte: olha gente, a gente tentou de várias formas, existem vários estudos diferentes e, de todos os estudos, infelizmente o que vai ser melhor pra cidade vai ser esse”. Ele segue, mantendo o tom de cobrança: “Mas tem que provar, entendeu? Você tem que provar que a única alternativa seria desapropriar. Isso não foi feito.”
O professor enfatiza que a ideia sugerida por ele utilizaria duas avenidas já existentes (Av. Maria Carolina Sampaio e a Av. Ralpho Pessoa Braga), desviando o fluxo de veículos da mesma forma e provocando menos danos à comunidade.
A reportagem perguntou a Dilson quais seriam as motivações para ações tão súbitas, por parte do Município, ele comentou a falta de transparência em alguns pontos, que deveriam ser “debatidos amplamente, em conjunto com a sociedade."
“Bem, a primeira questão é a seguinte, que por lei, qualquer processo licitatório do poder público precisa estar dentro de um portal da transparência, né?”, questionou Dilson.
Segundo ele, a participação popular e o que deveria ser para o bem comum significa defender a causa pública.
O professor universitário comentou a falta de compromisso com o edital, realizado para mostrar as iniciativas aos moradores:
“Você precisa que isso seja público. Porque um edital é um edital público, de uma obra pública, de um projeto público, do poder público, precisa ser público. É até redundante o que eu tô dizendo”
Além da falta de transparência, a falta de avisos da atual gestão, para com os atingidos é um fator que não colabora com a situação. Ao fim da entrevista, ele acrescenta o fator emocional, dizendo que faltou respeito, para com as famílias.
“Por respeito, claro, um gestor público que respeita a população e que se diz democrático, e que se diz transparente, sim, teria que comunicar.”
Até o momento, a Prefeitura de Maceió não divulgou o projeto da obra e não encaminhou detalhes de como o laudo técnico foi realizado. Dilson é contra a falta de informações e bradou: “a gente procura, procura e não encontra nada, é difícil.”
Até o fechamento desta matéria, o Jornal de Alagoas, em contato com a Secretaria Municipal de Comunicação, não recebeu nenhuma resposta.