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Vítima diz que ex-PM atirou nele após recusa a receber sexo oral da namorada que foi estuprada
Primeiro júri convocado foi paralisado devido ao abandono do advogado de defesa do réu, em julho deste ano
Na manhã desta quinta-feira (16), o julgamento do ex-policial militar Josevildo Valentim dos Santos Júnior foi retomado, no Fórum Desembargador Jairon Maia Fernandes, no bairro do Barro Duro. Ele é acusado de sequestrar, abusar sexualmente e assassinar a jovem Aparecida Rodrigues Pereira. O réu também responde pela tentativa de homicídio do namorado da jovem, Agnísio dos Santos Souto.
O crime aconteceu no ano de 2019 e teve o julgamento iniciado no dia 13 de julho de 2023. A paralisação ocorreu, após abandono do advogado de defesa.
Durante o julgamento desta quinta-feira, Agnísio informou que o réu Josevildo, após estuprar Aparecida, mandou-a fazer sexo oral em Agnísio. Ele recusou e então levou os primeiros tiros. Apósisso, ele foi para o lado de Aparecida, que pediu para não matá-la, mas Josevildo disse que não poderia deixá-la viva porque ela tinha visto o seu rosto.
Segundo informações do Ministério Público de Alagoas, o julgamento está sendo complicado. O advogado de defesa, Luiz Estevão, chegou a perder o controle e, de acordo com a assessoria do MP: “[ele] se manifestou , aos gritos, quando o promotor informou que ele teria abandonado o júri, no passado.”
Durante as perguntas à vítima sobrevivente, Agnísio dos Santos, “O promotor Antônio Vilas Boas pediu respeito, pois estava fazendo perguntas à vítima sobrevivente. E disse que os advogados - pai e Filho - ao abandonarem o júri passado estariam tentando prorrogar os júris, até que o caso prescreva. O juiz interveio e pediu para o jurinter o trâmite devido e que o promotor continuasse.”
No dia 13 de julho de 2019, nas primeiras horas do dia, Agnísio deixava Maria Aparecida em casa, ambos conversavam à porta, na Ponta Grossa. O ex-policial abordou o casal, saindo do veículo, modelo Voyage, de cor azul-marinho e placa ORK 2422, com a arma em punho, obrigando o casal a entrar no carro.
O rapaz foi colocado na mala, enquanto Aparecida recebeu ordem para sentar no banco de passageiro. Eles foram sequestrados e levados a uma área de mata, no Ponta da Barra.
O Ministério Público Estadual (MPE) pedirá pena máxima por homicídio triplamente qualificado, por motivos torpes, meio cruel e que dificultou a defesa da vítima e com o agravante de feminicídio.
O ex-policial confessou a barbárie e a defesa sustenta que ele não deve ser condenado, alegando que o mesmo sofre de esquizofrenia e psicose, e seria portanto inimputável, além de ser usuário de drogas. Porém, ao que foi informado ao Jornal de Alagoas, a defesa utilizou um laudo psiquiátrico e psicológico posterior ao crime, o que foi desmentido pela promotoria, utilizando laudos anteriores, que provam sanidade plena.
Valentim também é suspeito em outros casos de violência sexual em Maceió e Marechal Deodoro. Em 2019, uma jovem fez o reconhecimento do militar e contou que foi abordada por ele, enquanto saía de uma academia e enquanto caminhava para casa.