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Abrigos vazios: medo de saques e perda de imóveis faz população de áreas atingidas resistirem a deixar casas
Jornal de Alagoas esteve nos abrigos disponibilizados pela Prefeitura de Maceió com capacidade para 200 pessoas; apenas uma mãe e filho estavam no local
Nesta quarta-feira (29), a Prefeitura de Maceió declarou situação de emergência no município, devido ao iminente colapso de uma das Minas da Braskem no bairro do Muntange.
A Defesa Civil do município recomendou que moradores de áreas próximas deixassem suas casas. A população, porém, se nega a fazê-lo, alegando a possibilidade de saques e de perder definitivamente seus imóveis.
O Jornal de Alagoas visitou, na manhã desta quinta-feira (30) dois espaços disponibilizados pela Prefeitura de Maceió, destinados aos moradores das regiões afetadas. A Escola Municipal Pompeu Sarmento tinha apenas uma mãe e um filho sendo abrigados. Já na Casa de Passagem Familiar, no bairro de Jaraguá, não havia ninguém, apesar da estrutura disponibilizada para a população.
Em entrevista à reportagem a coordenadora do abrigo instalado na Escola Pompeu Sarmento Katarina Lins (54), afirmou que as famílias que foram orientadas a sair de suas casas às pressas por conta do risco não aceitaram as ordens da Defesa Civil, por não conseguirem deixar suas casas, trabalhos e animais para trás.
Moradores dos Flexais, área que está passando por um processo de ilhamento social reclamam do posicionamento das autoridades. Na noite da última quarta-feira, às 23h aproximadamente, alguns ônibus da Prefeitura de Maceió e viaturas do DMTT foram encaminhadas ao local, para obrigar os moradores a saírem de suas residências. A proposta emergencial não foi aceita com bons olhos pela população, que se recusou e ainda recusam a deixar os imóveis.
“Vieram somente nove pessoas pra cá ontem, mas até hoje de manhã, sete já tinham saído, então temos somente duas pessoas abrigadas aqui, uma mãe e um filho. O marido dela também estava aqui, mas precisou ir. Eles estão com muito medo de saques nas casas.”