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MPT/AL dá prazo de cinco dias para Braskem entregar plano de evacuação da região que pode desabar
Prazo se encerra na próxima quarta-feira (6) e precisa incluir ações que incluam a segurança de terceirizados, colaboradores da mineradora e da operação de preenchimento
O Ministério Público do Trabalho em Alagoas (MPT/AL) definiu um prazo de cinco dias para que a mineradora Braskem apresente os planos de gerenciamento de risco, monitoramento, emergência e de evacuação na área ameaçada pelo colapso da mina 18, no Mutange, em Maceió. O prazo se encerra na quarta-feira (6) e foi estabelecido durante uma audiência realizada na tarde da última sexta-feira (1°).
O MPT-AL ainda solicitou que a empresa apresente a relação de todas as empresas terceirizadas, com os respectivos responsáveis pelo cumprimento da Norma Regulamentadora nº 22 do MTE, que trata da segurança de trabalho dos trabalhadores em atividades de mineração.
Para a próxima audiência, a mineradora também deverá trazer profissionais da área de operação das atividades de preenchimento das minas para os esclarecimentos técnicos necessários.
Recomendação para retirar trabalhadores de área de risco - Diante da recomendação feita pelo MPT-AL, a mineradora Braskem confirmou a retirada de todos os trabalhadores da área de risco decorrente do iminente colapso da mina 18, localizada no bairro do Mutange. A garantia de segurança da vida dos trabalhadores abrange os empregados diretos e os funcionários de empresas prestadoras de serviço terceirizado.
Em audiência realizada na tarde de ontem, o procurador Rodrigo Alencar obteve o compromisso da Braskem de só retomar as atividades na área de risco, inclusive as de vigilância patrimonial, após a mineradora comunicar o MPT/AL. Alencar também condicionou a retomada dos trabalhos à avaliação técnica das autoridades competentes no sentido de garantir a segurança de todos os trabalhadores relacionados à empresa.
Além do MPT/AL e da Braskem, participaram da audiência o auditor fiscal do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) Élton Machado e representantes da Defesa Civil de Maceió, da Defesa Civil Estadual, dos Centros de Referência em Saúde do Trabalhador do Estado de Maceió e de Alagoas e do Sindicato Unificado dos Trabalhadores Petroleiros, Petroquímicos, Químicos e Plásticos nos Estados de Alagoas e Sergipe.
Inquérito - O MPT-AL instaurou inquérito civil, nessa quinta-feira (30), para investigar o risco a que estão sendo submetidos os trabalhadores da região potencialmente atingida por eventual colapso, especialmente empregados contratados diretamente pela Braskem e os trabalhadores terceirizados envolvidos no fechamento das minas de sal-gema, em Maceió. A Braskem foi notificada a prestar esclarecimentos em audiência.
Responsável por instaurar o inquérito, o procurador do MPT-AL, Rodrigo Alencar, recomendou que a Braskem retire da área de risco de colapso, imediatamente, todo e qualquer trabalhador, especialmente seus trabalhadores diretos e de empresas terceirizadas contratadas pela Braskem que executam o serviço de preenchimento das minas e atividades correlatas.
A recomendação foi expedida devido à situação de risco grave e iminente para a integridade física e psíquica dos trabalhadores, em especial, aqueles diretamente envolvidos nas obras de preenchimento da mina 18, bem como para os trabalhadores que laboram em entes públicos e empresas privadas localizadas na região potencialmente atingida por eventual colapso.
O Ministério Público do Trabalho também requisitou ao Município de Maceió e ao Estado de Alagoas a inclusão da instituição trabalhista nos grupos ou mesas de gerenciamento de crise relativas ao risco de colapso na mina da Braskem.
O inquérito civil foi instaurado a partir de notícias veiculadas pela imprensa a respeito do risco de colapso na mina 18 da Braskem, localizada no bairro do Mutange, e considerando que os relatos possuem relação direta com os trabalhadores da mineradora e com empresas terceirizadas.
*Com informações do MPT/AL e TNH1