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Fiéis lotam praias de Maceió em reverência a Iemanjá
Adeptos a religiões de matriz africana celebram, neste 8 de dezembro, a orixá 'Rainha do Mar'
Na manhã de hoje, fiéis levaram oferendas em barcos para lançar ao mar, a fim de que Iemanjá as receba. Eles também devem participar de cultos até o fim do dia
Dezenas de adeptos a religiões de matriz africana foram à orla da Pajuçara, em Maceió, nesta sexta-feira (8), para celebrar o Dia de Iemanjá, a orixá considerada rainha das águas e mãe de outros orixás. Este dia é feriado municipal em Maceió, que também é alusivo a Nossa Senhora da Imaculada Conceição, na religião católica.
Abelardo de Oyá tem 52 anos e 40 de religião, é do candomblé e participou das comemorações. “Vim agradecer a Iemanjá pelo ano e pedir para que ela renove as novas energias para 2024.”, falou.
Desde cedo, é grande a movimentação de adeptos do candomblé e umbanda, principalmente pela devoção à "Rainha do mar". Caravanas provenientes do interior se somam aos religiosos integrantes dos terreiros da capital no culto à orixá.
Cânticos, cores, tambores e muita dança se misturam, criando uma atmosfera especial nos locais onde os religiosos se concentram. As praias são os locais mais procurados pelos devotos.
Aquilo que é a mais verdadeira manifestação de religiosidade e fé se transforma em um espetáculo para os muitos visitantes que frequentam a praia da Pajuçara. Toda a comemoração agradou quem passava ou curtia a praia.
Deisy Moraes é da Umbanda. Ela também não escondeu a felicidade de estar comemorando o dia de hoje. “Então, assim, é muito gratificante, é emocionante, ver isso, ver o Axé. Todos juntos, um Axé só. É muito bonito de se ver”, pontuou.
A expectativa é que, até o final do dia, milhares de pessoas passem pelas praias, sejam religiosas ou não, em um feriado previsto no calendário oficial da cidade e de ponto facultativo para as repartições públicas estaduais e federais.
Iemanjá é uma divindade africana. No Brasil, possui caráter sincrético e reúne atributos de outros orixás femininos. Há ainda uma equivalência a Nossa Senhora da Conceição. No período escravocrata, os negros eram proibidos de manifestarem suas crenças nas senzalas. Por isso, disfarçavam orixás de santos católicos.
*Com GazetaWeb