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Engenheiro explica como funciona o processo de afundamento do solo em Maceió
O canal Engenharia Detalhada, explicou o processo de desmoronamento das minas no Mutange
Maceió é um dos assuntos mais comentados do país após uma das minas da Braskem que fica no bairro do Mutange em Maceió desmoronar parcialmente. O engenheiro, Igor Felipe, do canal Engenharia Detalhada, explica em um vídeo como se deu o processo de afundamento do solo na região.
O canal detalha os primeiros passos na retirada da sal-gema em Maceió, na década de 70, com a Salgema Indústrias Químicas S/A, que logo passaria a se chamar Trikem e em 2002 se transformando na Braskem.
A sal-gema encontrada em solo alagoano estava localizada a 850 metros de profundidade, com isso, o método usado pela empresa foi o ‘’lavra por dissolução’’, Igor explica que poços são escavados a sal-gema, e então, é bombeada água para dentro do poço sob alta pressão. Quando o material é dissolvido pela água, ele retorna pelo poço de controle.
Com a criação da fábrica de PVC em Marechal Deodoro, região metropolitana de Maceió, foi acelerado o processo de extração de sal-gema. Após a retirada de todo o material (sal-gema) , o canal relata que o lugar fica antes preenchido com matéria física, passa apenas a ser ocupado por água.
O vazio no solo pode causar instabilidade na região, com isso, é necessário preencher o espaço desocupado. Devido a esse processo, as camadas do subsolo perderam a capacidade de suporte, o que vitimou milhares de famílias perdendo suas casas.
Em 10 de dezembro deste ano, a mina 18 sofreu um rompimento, no vídeo, o engenheiro explica que um dos problemas são vários poços que foram cavados na região, ligando um problema ao outro.
‘’Como temos um grande vazio lá nas camadas do subsolo devido a extração da sal-gema, as camadas que estão acima desse vazio estão desmoronando e colapsando. Isso faz com que ocorram abalos sísmicos, e eventualmente, o solo da superfície comece a ceder e desmoronar também. Só que no processo de extração, não é feito apenas um poço, mas sim, vários em locais estratégicos. O problema é que quando as jazidas de extração desses poços se encontram, você simplesmente liga um problema a outro problema, interligando os poços com uma grande caverna debaixo d’água. ‘’, detalha Igor.
Além disso, uma análise de solo é feita, para definir a resistência das camadas superiores à jazida, para definir se ela possui resistência suficiente para as casas e a cidade toda sobre ela.
‘’Só que uma vez que temos desmoronamentos acontecendo no subsolo, os abalos sísmicos podem gerar tensões no solo tornando-o instável, e consequentemente, ele desmorone de uma vez. ‘’, explica Igor.
Com o vazio deixado pela extração, o solo não tem sustentação e pode acabar desmoronando. ‘’O solo está desmoronando dentro do vazio deixado pela extração da sal-gema, causando abalos sísmicos que está acarretando em desmoronamentos e o afundamento de parte da cidade. ‘’, descreve o engenheiro.
Igor, ainda explica que o que pode ser feito é o espaço vazio ser preenchido com areia, o que a Braskem já iniciou o processo. Entretanto, se houver um desmoronamento que impeça o preenchimento desse vazio é só aguardar que a mãe natureza vai tomar seu lugar e preencher esse vazio com solo em um grande abalo sísmico e desmoronamento de solo, conclui Igor.
Devido a esse processo avançado de abalos sísmicos, e desmoronamento de solo, o engenheiro afirma que em um determinado momento é quase certo dizer que o solo vai desmoronar, mas dizer o quando , isso vai acontecer é que se torna uma incerteza.
Veja o vídeo: