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Comerciantes do Mercado da Produção de Maceió cobram reforma prometida por JHC

Prefeito prometeu a reforma do centro comercial com projeto suntuoso, que não saiu das redes sociais

Por Raphael Medeiros 26/12/2023 17h05 - Atualizado em 27/12/2023 17h05
Comerciantes do Mercado da Produção de Maceió cobram reforma prometida por JHC
Estrutura metálica do Mercado da Produção está corroída pelo tempo - Foto: Paulo Bugarin/Jornal de Alagoas

O Mercado da Produção da cidade de Maceió está abandonado. Localizado no bairro da Levada, o centro comercial enfrenta alagamentos frequentes, falta de saneamento básico e com a péssima estrutura do local. Comerciantes chegam a pagar R$ 300 reais para manter seus pontos abertos, mesmo em situação precária de funcionamento e atendimento ao público.

JHC chegou a publicar em suas redes sociais, em julho de 2022, um ambicioso projeto de restauração do Mercado, que nunca saiu do papel. Até maio deste ano, a Prefeitura estava fazendo uma coleta de dados socioeconômicos dos feirantes e donos de comércio do Mercado. O levantamento, que serviria para uma “gestão transparente e participativa da construção do Novo Mercado da Produção”, no entanto, não teve continuidade. 

Conhecida como Vera (55), a dona de um restaurante, atua há 40 anos no mercado e quando perguntada sobre o projeto do Prefeito, indagou: “Não fazem nada, a gente viu esse projeto mas já sabíamos que não ia ser feito, ele não tem é vergonha e depois ainda chega aqui pedindo voto.”

No período mais chuvoso do ano, a situação é tão grave que a água se mistura ao esgoto e chega “a meio metro de profundidade, fica no meio das pernas da gente e aquele cheiro horrível”.

Vera afirmou que custeou a reforma do telhado que cobre seu restaurante. Foram R$ 600 reais do próprio bolso para reparar o teto.

“Se eles não fazem, a gente tem que fazer, eu não posso parar de trabalhar por causa deles”, justifica Vera.

Questionada sobre as avaliações técnicas do local para uma possível reforma, como foi prometido pela Prefeitura, Vera disse ainda que nenhuma equipe foi ao local. 

“Não fizeram nada, eles nem chegam aqui. Se vierem é perigoso até ‘tacarem’ pedra nele [JHC]”.

Questionada sobre o que espera para o futuro próximo do Mercado, a microempresária riu ironicamente e disse: “a gente espera muitas coisas boas, mas nunca vem”.

Juscelino Mota da Silva (63) atua no local há 25 anos e, ao ser perguntado sobre o que viu de mudanças no Mercado, após a promessa de reforma ele disse: “a gente viu o projeto sim, mas não vimos mais nada, só chega o papel no fim do mês para a gente pagar.”

Estrutura


A estrutura metálica que forma o telhado do mercado está enferrujada, com pedaços de ferro pendurados, que são removidos pelos próprios trabalhadores, para evitar acidentes. As vigas de sustentação do teto estão completamente corroídas pelo tempo e ferrugem. Comerciantes e frequentadores preocupados com possíveis riscos à integridade física.

Juscelino mostrou uma das estruturas e disse: “esse ferro tá fofo [apontando para uma das vigas de sustentação do telhado], é perigoso, pode acontecer qualquer coisa desse jeito.”

O comerciante ainda cobrou da Prefeitura um posicionamento quanto às reformas. Ele pede que até mesmo reparos simples, como o teto do ambiente, já poderiam ter sido feitos. Em suas palavras: "pelo menos isso poderia ter feito, mas nem isso faz né? Aí é difícil demais"

Até o fechamento desta matéria, o Jornal de Alagoas não recebeu resposta sobre a atualização e encaminhamento da reforma do espaço comercial. Entretanto, o espaço está aberto para quaisquer atualização por parte da Prefeitura de Maceió e respectivas secretarias.


Veja o projeto da prefeitura abaixo: