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Veterinário dá dicas para proteger pets do barulho dos fogos de artifício no fim de ano
Mais afetados pelo barulho, cães tem capacidade auditiva duas vezes maior que a dos humanos. Veterinário orienta tutores a organizarem um espaço dentro de casa, onde animais possam se refugiar
Algumas cidades proíbem o uso de fogos de artifício com barulho. Ainda assim, os estampidos ainda não muito comuns em períodos como o fim do ano, especialmente no réveillon. O hábito afeta diretamente a saúde de animais de estimação, segundo especialistas.
De acordo com o médico-veterinário Johnatan Henrique dos Santos, tutor de Práticas Veterinárias do curso de Medicina Veterinária da Universidade Potiguar (UnP), a tradição é prejudicial aos animais por causa da capacidade auditiva deles, que é maior.
Segundo ele, estudos apontam que os cães conseguem ouvir frequências de até 40.000 Hz, enquanto os humanos têm a capacidade de captar frequências de até 20.000Hz.
“Isso significa que, para esses animais, o ruído dos fogos é bem mais potente do que para nós. Se para algumas pessoas já é assustador uma frequência nessa intensidade, imagine com essa maior sensibilidade que é natural dos cães”, explica Johnatan.
Ainda de acordo com o profissional, pets que possuem alguma comorbidade, como doenças cardíacas, estão mais suscetíveis a problemas causados pelos fogos de artifício.
“Pacientes portadores de cardiopatias podem descompensar e vir a óbito por causa da crise de pânico”, frisa.
O médico-veterinário ainda alerta que não existe um padrão na forma como o barulho excessivo afeta os pets.
“Isso varia de acordo com cada animal, idade e fatores pré-existentes que desencadeiam desde uma reação de fuga dentro de casa, até mesmo uma fuga para vias públicas, que pode acarretar em um acidente por atropelamento ou choque em muros, móveis e outras superfícies”, alerta.
Veja orientações para evitar impacto dos fogos sobre os animais
• organizar um local seguro dentro de casa, onde o animal possa se refugiar;
• retirar móveis que possam servir de obstáculos e causar traumas em situações de fuga;
• ligar a TV ou rádio em volume moderado para abafar os ruídos;
• fechar portas e janelas para minimizar o barulho;
• optar por fogos que não emitam sons.
O médico-veterinário ainda indicou que o mercado conta com bandagens que podem ajudar a acalmar os pets. O tutor ainda pode colocar tampões nos ouvidos, como gaze ou algodão, para reduzir o volume do ruído e até utilizar de calmantes naturais e fitoterápicos, como florais.
Ele ainda orienta que os tutores procurem o médico-veterinário do pet em caso de dúvidas sobre o assunto.