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Google Maps exibe protesto próximo à mina 18: "Braskem estragou tudo"
Local está marcado na Rua Santo Antônio, no bairro do Pinheiro, um dos mais afetados pelo processo de afundamento de solo em Maceió
Após o mapa de Maceió disponibilizado pelo Google Maps começar a exibir a localização das minas da Braskem em sua plataforma, um ponto em específico pode chamar a atenção de quem navega por lá. Ele fica na Rua Santo Antônio, no bairro do Pinheiro, e o marcador diz, em letras maiúsculas: "BRASKEM ESTRAGOU TUDO!! AQUI TINHA FAMÍLIA".
Ao clicar na localização, duas casas aparecem nas imagens. Elas estão fechadas com tijolos de concreto, sem os telhados e os muros exibem os códigos de controle pintados em spray vermelho. Este cenário de abandono e ruínas é encontrado nos cinco bairros afetados pelo afundamento de solo decorrente da mineração da empresa petroquímica.
Em Maceió, cerca de 60 mil pessoas tiveram que deixar as suas casas. Moradores tomados pelo pânico e medo, assinaram acordos que são contestados por advogados e autoridades, que alegam que o valor oferecido pela Braskem pelos imóveis, foi muito abaixo do mercado.
Em paralelo e alheio ao sofrimento da população maceioense, o mercado imobiliário da cidade viu seus preços aumentarem seus preços exponencialmente e cinco anos após o início da remoção das famílias comemora o feito.
Como noticiado pela Mídia Caeté, a Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Alagoas – Ademi-AL, emitiu uma dizendo que Maceió "brilhou intensamente", como “uma das capitais mais valorizadas em 2023”. Leia AQUI. De acordo com o índice FipeZAP, Maceió teve a maior alta entre as capitais, onde os imóveis ficaram 16% mais caros, enquanto a média nacional foi de 5,13% de alta.
A Braskem alega que já gastou R$ 9,2 bilhões com os problemas de Maceió, sendo R$ 4,4 bilhões apenas com indenizações. E que ainda prevê o gasto de mais R$ 5 bilhões.
A empresa firmou um acordo, em julho de 2023, com a Prefeitura de Maceió no valor R$ 1,7 bilhão, como medida indenizatória aos danos socioambientais. O governo de Alagoas, entretanto, prevê que os danos ao município possam chegar aos R$ 30 bilhões.