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Casos de feminicídio no interior são subnotificados, denuncia MST durante ocupação em AL
"Não tem dados oficiais que acompanham e que monitoram essa violência", alertou coordenadora nacional do movimento
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Na véspera do dia Internacional da Mulher, durante a ocupação das Mulheres Do Movimento Sem Terra, na Praça Sinimbu, em Maceió, nesta quinta-feira (8), Débora Nunes, coordenadora nacional do movimento, falou sobre a subnotificação de casos de feminicídios no interior do estado: "Não tem dados oficiais que acompanham e que monitoram essa violência", alertou ela.
Ao Jornal de Alagoas, Débora ressaltou, sobretudo, os casos de feminicídio nas regiões em que os recursos são escassos e disse que a ausência de dados oficiais "contribui para a perpetuação da violência contra as mulheres no campo" e não apenas diminui a extensão do problema, mas também “impede a implementação de políticas eficazes de prevenção e proteção para as mulheres em áreas rurais”.
Um grupo de mais de 300 mulheres ocupou a sede do Instituto de Terras de Alagoas (Iteral), na noite desta quarta-feira (6), com o objetivo de cobrar políticas públicas referentes à reforma agrária e denunciar as violências sofridas pelos camponeses em Alagoas e em todo o Brasil.
A coordenadora do movimento ressalta ainda que ao longo das atividades que ocorreram nesta quinta, outras pautas foram abordadas pela causa, como o crédito para a produção de alimentos saudáveis e a mecanização agrícola para diminuir a penosidade do trabalho. Além de temáticas mais amplas, que segundo Débora “devem ser abraçadas pelo conjunto da sociedade, inclusive pelos homens”.
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No dia da mulher, sexta-feira, 8, o movimento fará uma grande marcha, com uma concentração inicial na Praça Sinimbu, seguindo até a Praça Deodoro, em frente ao Tribunal de Justiça de Maceió. Em sequência, os manifestantes irão se dirigir até o Palácio do Governo, onde serão recebidos pelo governador Paulo Dantas, para uma reunião sobre os problemas tratados.
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