No Brasil, a terceira onda de calor chega entre os dias 11 e 15 de março. Em Alagoas, o calor excessivo dos últimos meses tem afetado diretamente a saúde, a rotina e a qualidade de vida da população, levando, inclusive, algumas pessoas a terem uma série de problemas médicos.

Para muitos, como é o caso de Kaique Teodoro, de 20 anos, que mora no município de Paripueira, região metropolitana de Maceió, as altas temperaturas atingiram situações críticas. “Desde que o verão começou eu tive desmaios frequentes por conta de pressão”.

Ele chegou a ir para a emergência devido a situação, e conta que andar nas ruas tem se tornado mais difícil: “A cabeça começa a doer, começo a ficar enjoado e a visão começa a escurecer”, completa. Kaique agora evita andar desacompanhado pelo receio com a possibilidade de novos desmaios.

Quem também passou por uma situação parecida foi Girlene de Oliveira, de 18 anos, estudante do Instituto Federal de Alagoas (Ifal), que possui diabetes tipo 1 e apresentou mal estar devido ao calor, quando estava a caminho da instituição, localizada no Centro de Maceió.

“Não é só uma vez, são várias vezes que eu saio de manhã, ou antes de meio-dia pra ir pra escola, e eu pego o ônibus lotado, tá calor, fica mais calor ainda, eu caso o sol ficar barrado, e eu passo mal, tanto às vezes no ônibus, como no caminho da escola, que acabou desmaiando, ou ficando com algum problema”, relembra Girlene

Contando como se sentiu, ela lembra até mesmo um caso que chegou a presenciar na condução:: “Um senhor, por causa do calor começou a passar mal, e teve que descer do ônibus pra ir pra emergência”, conta ela.

Com as temperaturas altas, não é apenas em ambientes fechados que esses casos ocorrem. Mesmo fazendo seus exercícios em locais abertos e, em tese, mais arejados, Luiz Ferreira, de 25 anos, morador de Viçosa, no leste alagoano, teve que interromper sua corrida de rua e parar na sombra por alguns minutos para descansar.

Especialistas

A Dra.Tatiana Cicerelli Marchini, pediatra, alerta para os perigos que crianças enfrentam durante os períodos de calor excessivo. Segundo ela, a desidratação, insolação e outros problemas relacionados ao calor representam ameaças reais à saúde das crianças, exigindo medidas preventivas e atenção constante por parte dos responsáveis.

"Os sinais de desidratação em crianças incluem boca seca, olhos fundos, pouca urina, choro sem lágrimas, irritabilidade e letargia. Se notar esses sintomas, é importante procurar ajuda médica imediatamente.", diz a profissional.

No caso das pessoas idosas, cuidados extras também são necessários, como explica a Dra Valéria Goulart, especialista em Geriatria: "Os idosos estão entre os grupos mais vulneráveis a enfrentar complicações sérias de saúde durante períodos de calor excessivo", ressalta a doutora. "Desidratação, insolação, cãibras musculares e esgotamento pelo calor são complicações comuns que requerem atenção especial".

"A prevenção é sempre a melhor estratégia", enfatiza ela, dando outras orientações: "Monitorar a ingestão de líquidos, manter ambientes frescos e vestir roupas leves são medidas essenciais para proteger os idosos durante o calor intenso", destaca. "Além disso, é importante observar sinais de alerta e adaptar as estratégias conforme as necessidades individuais de cada pessoa", conclui a Dr. ressaltando a importância de buscar ajuda médica imediata em casos de sintomas graves, ou para sanar qualquer dúvida.

O que esperar daqui em diante?

O ano de 2014 começou com altas temperaturas. Segundo a UOL, as maiores temperaturas no país na primeira semana de 2024 foram registradas no sertão de Alagoas, onde a região de Pão de Açúcar vem sendo a mais quente, com 40,6°. Em segundo lugar, também um município Alagoano, Piranhas registrou 39,7°C.

Nos próximos três meses, Alagoas continuará com calor intenso devido ao fenômeno El Niño, de acordo com Secretaria do Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos. em níveis globais, de acordo com a agência climática da União Europeia, Copernicus, a temperatura global continua a subir, marcando recordes pelo nono mês seguido. Esse período incluiu não apenas altas temperaturas superficiais dos oceanos, mas também máximas de inverno no hemisfério norte. Além do El Niño e a atividade humana é apontada como impulsionadora desses recordes.