Abrigo para usuários de drogas, riscos de acidentes e más condições na infraestrutura que geram riscos à trabalhadores. A situação de abandono dos edifícios Palmares e Ary Pitombo, no Centro de Maceió, onde funcionava a antiga sede do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), tem prejudicado comerciantes e trabalhadores da região.

Os dois prédios foram comprados pela prefeitura de Maceió há mais de 6 meses por mais de R$ 10 milhões, sob a alegação de que os dois locais seriam reformados para receber a sede administrativa da prefeitura de Maceió e abarcaria também outros serviços públicos do Município. Desde a compra, o Município colocou apenas tapumes no local e não há indícios de possíveis obras.

Veja vídeo:

O taxista Moisés da Silva, que trabalha na Praça Palmares há 35 anos, afirma que o movimento de clientes tem caído e consideravelmente desde a saída do órgão que atendia milhares de idosos todos os dias.

“Aqui onde era o INSS ficou aí o Ary Pitombo e ficou aí abandonado. A prefeitura tem que fazer alguma coisa, vai deixar um prédio desse atoa?”, questiona. Em seguida, ele sugere que o prédio desse lugar uma repartição pública ou até mesmo que fosse vendido para dar lugar a um hotel que abrigaria os visitantes do interior e outros estados que viessem à capital. A proprietária de uma barraca de frutas na calçada do edifício Ary Pitomba, Quitéria Gomes da Silva, trabalha há 27 anos no local diz que a situação incomoda os trabalhadores e clientes, porque os tapumes de metal colocados na calçada tomaram o espaço de sua barraca, impossibilitando ela de exercer sua atividade.

“Ficou ruim, o pessoal cai, se corta na estrutura. Esses dias uma criança passou e meteu a perna nesse ferro e o pessoal fica reclamando. Incomodou bastante”. Ela lembra que o movimento na época em que o edifício funcionava dava vida ao local. “Caiu muito, muito mesmo, as pessoas não passam mais por aqui. Agora dizem que a prefeitura comprou mas não tem nada feito aqui, mas até agora nada”.

A reclamação é compartilhada pela idosa Conceição da Silva que também vende frutas na Palmares. Com mais de 30 anos no local, ela diz já ter visto de tudo por lá, mas que ultimamente a situação tem se agravado com o desaparecimento da clientela e os riscos trazidos pela não realização de obras no local.

“O povo cai, se arranha. Afastaram mais um pouquinho”, diz, apontando para um buraco no chão onde inicialmente foram instalados os tapumes. Ela lamenta ainda que em dias de chuva, infiltrações tomam conta do lajeado do antigo prédio Ary Pitomba e traz riscos para os comerciantes que temem que a falta de manutenção no local possa provocar uma tragédia.

“Deviam consertar ou derrubar, ou fazer um local para a gente trabalhar. É um absurdo essa situação. Eles [poder público] acham melhor tirar nós do que ajeitar o prédio”.