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Mais de 1.400 vítimas de acidentes de trânsito foram socorridas pelo Samu no primeiro trimestre deste ano

Dados representam uma média de aproximadamente 16 atendimentos por dia nessa categoria

Por Assessoria 26/04/2024 09h09
Mais de 1.400 vítimas de acidentes de trânsito foram socorridas pelo Samu no primeiro trimestre deste ano
No primeiro trimestre deste ano o Samu prestou socorro, em média, a 16 vítimas de acidentes por dia - Foto: Carla Cleto / Ascom Sesau

Um dos maiores problemas que o Brasil enfrenta na área da urgência e emergência são os acidentes de trânsito. É o setor que registra cerca de 45 mil mortes por ano, devido às colisões, de acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Esse problema de saúde pública afeta todos os estados brasileiros e, em Alagoas, segundo dados do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), somente no primeiro trimestre deste ano, o órgão prestou socorro a 1.403 vítimas de acidentes de trânsito, o que representa uma média de quase 16 por dia.

O número foi menor quando comparado ao mesmo período do ano passado, que registrou 1.467 atendimentos a vítimas de acidentes de trânsito, mas, o número ainda é alto e preocupa as autoridades de saúde pública. No geral, nas estatísticas estão inclusos queda de moto, colisão entre carro e moto, moto e moto, além de atropelamentos por veículo automotor.

O índice que mais ocorreu este ano, no primeiro trimestre, foi o de queda de moto, sendo 359 em Arapiraca e 330 em Maceió. No ano passado foram registrados em Arapiraca 334 e em Maceió 311. Colisão entre carro e moto é o item que vem em segundo lugar nas estatísticas. No mesmo trimestre ocorreram em Arapiraca, em 2024, 178 e em Maceió 310 casos. No ano passado, em Arapiraca, foram 189 e, em Maceió, 317.

“Os acidentes no trânsito também são um problema em Alagoas e, por isso, estamos ampliando o número de motolâncias, assegurando que os socorristas do Samu Alagoas cheguem mais rápido ao local do acidente, principalmente em locais de difícil acesso. Com esta medida, os feridos são estabilizados, clinicamente, e passamos a salvar mais vidas, além de evitarmos sequelas, muitas delas irreversíveis”, destacou a coordenadora da Central Maceió do Samu, enfermeira Beatriz Santana.

Entre as vítimas de acidentes de trânsito atendidas pelo Samu Alagoas no primeiro trimestre deste ano está a dona de casa Napoleane dos Santos, de 37 anos, que sofreu um acidente de moto no último dia 12 de janeiro. Ela trafegava de moto pela Rota do Mar, no bairro Guaxuma, em Maceió, quando colidiu com uma carreta e foi socorrida por uma Unidade de Suporte Avançado (USA) do Samu, cujos socorristas fizeram o socorro e a encaminharam para o Hospital Geral do Estado (HGE), em Maceió.

Na unidade hospitalar ela foi submetida a várias cirurgias e, infelizmente, teve parte da perna esquerda amputada. Após quase dois meses internada, recebeu alta médica no último dia 8 de março e retornou para a sua casa, onde está se recuperando e passa bem. “Graças a Deus não aconteceu algo pior. Tive a sorte de ser socorrida pela equipe do Samu, que me encaminhou imediatamente para o HGE, e lá tive toda atenção dos profissionais, apesar de toda a situação”, relatou Napoleane Santos.

O que fazer quando ocorre um acidente?


De acordo com o coordenador médico da Central Maceió do Samu, médico Adriano Belo, a primeira coisa a fazer no caso de um acidente de trânsito é verificar se o local é seguro para se aproximar da vítima e ligar, imediatamente, para 192 ou 193. Também é importante sinalizar a via com galhos de árvore, se for possível, além de usar o triângulo, que vem no carro, numa distância adequada, conforme previsto no Código de Trânsito Brasileiro (CTB).

“Muitas pessoas passam pelo local do acidente e ligam para o Samu ou para o Corpo de Bombeiros, mas isso não é adequado. Se a pessoa quer ajudar, ligue, mas fique no local, detalhando a cena do acidente, possibilitando que o médico regulador tenha uma noção exata da situação e possa enviar uma equipe, que pode ser uma USA [Unidade de Suporte Avançado] ou uma USB [Unidade de Suporte Básico], pode ser também uma equipe do Serviço de Motolância ou até mesmo o Serviço Aeromédico”, salientou Adriano Belo.

Uma ação que não pode ser feita é tentar retirar ou mover as vítimas do local, seja dentro do carro ou fora dele, conforme orientou o coordenador médico do Samu. “Se o acidente for de moto, não se deve retirar o capacete da vítima, nem oferecer líquidos e outros alimentos às vítimas. Muita gente, querendo ‘ajudar’ oferece água à pessoa, porque muitas vezes as vítimas estão nervosas com o acidente”, frisou.

Vítima desacordada


Adriano Belo enfatizou que, a primeira coisa a fazer se a vítima do acidente estiver desacordada, é ligar para o 192, e verificar se o local está seguro, evitando assim uma nova colisão. Em seguida é necessário se aproximar da vítima e checar a respiração e o pulso, para passar as informações para o médico.

Se a vítima estiver sangrando muito, o médico vai orientar a pessoa a comprimir o local do sangramento com um pano limpo e seco, até a equipe do Samu chegar para resgatar. Se o sangramento for nas extremidades, é recomendado fazer um torniquete e passar as informações para o médico.

E se a vítima for motociclista, o médico orientou que não se deve mover a vítima, a não ser que ela esteja com face embaixo de líquidos, como sangue, vômitos ou outro líquido. Também não se deve tirar o capacete. Recomenda-se que se deve protegê-la do Sol e da chuva e não oferecer líquidos ou qualquer tipo de alimento, mesmo que ela peça.

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