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Carência pública na saúde de AL: 320 postos de trabalho fechados em 2023

Apesar de 5.271 admissões, o número de desligamentos foi maior, totalizando 5.591. No estado, o número de profissionais em postos formais é de 24.161

Por Redação 27/05/2024 16h04 - Atualizado em 27/05/2024 16h04
Carência pública na saúde de AL: 320 postos de trabalho fechados em 2023
Alagoas admitiu em 2023, 5.271 profissionais e desligou 5.591, ou seja, 320 profissionais perderam seus empregos - Foto: DIVULGAÇÃO FIOCRUZ

Em 2023, o setor de saúde em Alagoas fechou 320 postos de trabalho, segundo dados divulgados pela Confederação Nacional de Saúde (CNSaúde). Apesar de 5.271 admissões, o número de desligamentos foi maior, totalizando 5.591. No estado, o número de profissionais em postos formais é de 24.161. 

A CNSaúde, junto com o Sindicato dos Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Estado de Alagoas (Sindhospital AL), apresentou os dados no "Boletim Mercado de Trabalho da Saúde". Este documento analisou informações do Novo Caged, ligado ao Ministério do Trabalho e Emprego, quantificando a criação de novos empregos e o perfil dos trabalhadores formais da saúde, como escolaridade, idade e sexo. 

Nacionalmente, o saldo da geração de empregos na saúde foi positivo, com 106.610 novos postos de trabalho. O Brasil admitiu 1.061.775 profissionais e desligou 955.165, encerrando o ano com 2.853.403 trabalhadores na área de saúde. 

A saúde é o terceiro maior setor econômico do país em termos de postos de trabalho, com destaque para a predominância de mulheres, que representam cerca de 76% dos profissionais. 

Em Alagoas, a análise revelou que a geração de empregos no setor saúde por grau de instrução foi negativa em todos os níveis, desde fundamental incompleto até superior completo. A maior queda foi entre aqueles com ensino fundamental completo, com 70 desligamentos a mais do que admissões. 

Quanto à faixa etária, jovens de 18 a 24 anos foram os únicos a registrar um saldo positivo, com 402 novos empregos. Em contraste, a faixa de 30 a 39 anos sofreu a maior perda, com 359 postos de trabalho fechados. 

No acumulado de 2023, o cargo mais afetado foi o de técnico de enfermagem, com 247 desligamentos, seguido por enfermeiros (70), auxiliares de enfermagem (16) e instrumentadores cirúrgicos (1). 

O presidente do Sindhospital, Erivaldo Cavalcante Júnior, atribui as demissões ao aumento dos custos com insumos e às tabelas de preços congeladas. Segundo ele, a manutenção dos estabelecimentos de saúde exige altos investimentos, forçando muitos a demitir funcionários para equilibrar as finanças.