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Sururu e "sangue": sede da Prefeitura de Maceió é alvo de protesto por acordo com a Braskem
No dia do Meio Ambiente, integrantes do MST jogaram cascas de sururu e tinta vermelha na entrada do prédio público
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Uma ação do Movimento Sem Terra (MST), marcou o dia Dia Mundial do Meio Ambiente, que é comemorado hoje (05). A sede da Prefeitura de Maceió foi alvo da manifestação, que ocorreu nesta manhã. A ação é para relembrar as quase 60 mil vítimas do maior crime ambiental em área urbana do mundo, causado pela extração da sal-gema no bairro do Pinheiro.
Os manifestantes usaram tinta na cor vermelha e pintaram a calçada do prédio que trabalha João Henrique Caldas (PL), também conhecido como JHC e prefeito de Maceió.
De acordo com o MST, a tinta representa o sofrimento de todas as vítimas que tiveram sua vida afetada pelo crime ambiental nos bairros.
Além da tinta, manifestantes levaram o Sururu, principal fonte de renda dos marisqueiros da Lagoa Mundaú que também foram afetados, principalmente após o rompimento da Mina 18, no início de dezembro de 2023.
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Cartazes com frases de pedido de socorro e justiça foram levantados pelas pessoas que participaram do ato. ‘’Prefeitura lucrou com o crime da Braskem’’ e ‘’Os Flexais pedem socorro’’, foram alguns dos cartazes expostos.
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Desde 2019, quase 60 mil pessoas tiveram que deixar suas casas pelo medo dos tremores de terra que criaram rachaduras nos imóveis da região. Segundo o Serviço Geológico do Brasil (CPRM), a exploração de 35 minas de sal-gema pela Braskem foi a responsável por deixar milhares de pessoas desabrigadas e transformar bairros antes movimentados e populosos em lugares praticamente desertos.
Relembre o acordo
Em julho de 2023, a prefeitura de Maceió sob o comando de JHC e a Braskem fizeram um acordo no valor de R$ 1,7 bilhão pelo afundamento de bairros da capital. O acordo indica a quitação da mineradora de forma “geral, integral, irrevogável e irretratável” pelos afundamentos causados pela extração de sal-gema.
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