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Pesquisadores fazem estudo e apontam bairros de Maceió que podem ter afundamento de solo causado pela Braskem
Estudo foi feito por pesquisadores de quatro universidades do Brasil
Pesquisadores de quatro universidades brasileiras conduziram um estudo que aponta o quanto outros bairros de Maceió também podem ser afetados em termos ambientais, econômicos e sociais. Cerca de 14 mil imóveis em cinco bairros da capital alagoana precisaram ser desocupados por conta do afundamento do solo causado pela mineração feita por décadas pela Braskem.
O estudo foi realizado por professores da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Universidade Federal do Piauí (UFPI) e Universidade de Brasília (UNB). O trabalho divide os bairros em quatro níveis de vulnerabilidade: bairros mais vulneráveis, bairros vulneráveis, bairros com vulnerabilidade moderada e bairros com baixa vulnerabilidade.
Além dos bairros afetados diretamente pela mineração, outras regiões são afetadas ou têm risco de serem atingidas, principalmente por causa da migração dos cerca de 60 mil moradores que foram obrigados a deixar suas casas e se mudar para outras regiões.
"Os bairros para os quais houve migração já possuíam grandes desigualdades. Com a migração, esses bairros ficaram com os aparelhos públicos ainda mais sobrecarregados. Soma-se a isto problemas de mobilidade urbana, segurança, saneamento e saúde adequados para a população, educação, atividades econômicas, entre outras questões que podem ser verificadas como reflexo da vulnerabilidade à subsidência", explica Natallya Levino, uma das pesquisadoras responsáveis pelo estudo.
O trabalho foi feito com base numa análise GIS - multicritério, que é uma abordagem que combina um sistema de informação geoespacial com método de apoio a decisão multicritério.
"Essa combinação permite visualizar e compreender o contexto espacial dos problemas analisados, facilitando a avaliação de suas criticidades e apoiando intervenções práticas no campo. As análises multicritério consideram múltiplos critérios, integrando dados espaciais e não espaciais, para apoiar a tomada de decisão, sendo estes dados ambientais, sociais e econômicos. Dessa forma, pudemos verificar espacialmente as vulnerabilidades socioeconômicas e ambientais dos bairros depois do processo de subsidência", explica Natallya.
Confira a lista:
Bairros mais vulneráveis
Bebedouro
Bom Parto
Farol
Gruta de Lourdes
Mutange
Pinheiro
Ponta Grossa
Vergel do Lago
Bairros vulneráveis
Antares
Feitosa
Fernão Velho
Riacho Doce
Rio Novo
Santa Amélia
Trapiche da Barra
Bairros com vulnerabilidade moderada
Clima Bom
Garça Torta
Ipioca
Pescaria
Pontal da Barra
Prado
Bairros com baixa vulnerabilidade
Barro Duro
Canaã
Chã de Bebedouro
Chã da Jaqueira
Cidade Universitária
Cruz das Almas
Jacarecica
Jacintinho
Jardim Petrópolis
Levada
Pitanguinha
Ponta da Terra
Santa Lúcia
Santo Amaro
Santos Dumont
São Jorge
Serraria
Tabuleiro do Martins
Nota da Defesa Civil
A Defesa Civil informa que após análise técnico-científica minuciosa do artigo, o órgão entende que o mesmo descreve uma situação de vulnerabilidade social e econômica que impactaram outros bairros da capital, por consequência do êxodo que ocorreu nos cinco bairros atingidos pelo afundamento do solo. Isso descarta a possibilidade de que esses mesmos bairros possam ser atingidos pelo processo de subsidência em decorrência da mineração.
O órgão aponta ainda que possa ter havido má interpretação diante da subjetividade dos critérios que foram utilizados para a realização do estudo.
A Defesa Civil reforça que é o único órgão com legitimidade para apontar os limites dos Mapas de Linhas de Ações Prioritárias, que delimita até onde ocorre o processo de afundamento.
*Com informações do G1 AL