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HGE realiza captação de órgãos de paciente que teve morte encefálica e quatro pessoas têm a vida salva

Procedimento foi feito após autorização da família do paciente, contribuindo para reduzir a lista de espera, que conta com 547 pessoas em Alagoas

Por Redação 03/08/2024 15h03
HGE realiza captação de órgãos de paciente que teve morte encefálica e quatro pessoas têm a vida salva
Procedimento foi feito após autorização da família do paciente, contribuindo para reduzir a lista de espera, que conta com 547 pessoas em Alagoas - Foto: Reprodução

Mais uma família alagoana decidiu transformar a profunda dor pela perda de um ente querido em uma nova chance de vida para quatro das 547 pessoas que estão na lista de espera por um transplante de órgãos em Alagoas. Essa é mais uma prova do esforço realizado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), por meio da Central de Transplantes, visando sensibilizar, mobilizar e organizar o processo de captação de órgãos no território alagoano.

Dessa vez, o doador foi um homem de 50 anos, que chegou ao Hospital Geral do Estado (HGE), em Maceió, acometido por um Acidente Vascular Cerebral (AVC) do tipo hemorrágico. Após cinco dias internado, a equipe médica constatou a morte encefálica por meio de protocolo específico rígido, seguindo critérios precisos e padronizados, os quais incluem a realização de exames clínicos, em momentos distintos, realizados por médicos diferentes.

“Com o diagnóstico de morte encefálica, acionamos a nossa corrente do bem. Várias pessoas se unem, de diferentes setores do hospital, e da própria Sesau, para viabilizar essa captação aqui no HGE. Temos muito apoio do pessoal da Emergência, da Vermelha Clínica, da Coordenação da UTI [Unidade de Terapia Intensiva], da Coordenação do Centro Cirúrgico, da gestão do hospital, desde a direção até a Coordenação de Enfermagem. O resultado de tudo isso é importante para Alagoas e, principalmente, para essas pessoas que estão na lista de espera”, afirmou Lucas Santana, coordenador da Organização de Procura de Órgãos (OPO) do HGE.

De acordo com a Central de Transplantes de Alagoas, até o último levantamento feito pelo serviço, 547 alagoanos estavam na lista de espera pela doação de órgãos, sendo 513 esperando por córneas, 30 por um rim e quatro por um fígado. Nesta captação, realizada na maior unidade de Urgência e Emergência de Alagoas, foi possível a retirada das córneas e dos rins. Os órgãos foram armazenados em material adequado, em baixa temperatura, e levados aos receptores indicados pela Lista Única de Receptores do Sistema Nacional de Transplantes do Ministério da Saúde (MS).

“Um sistema logístico eficiente é crucial para a realização de transplantes, uma vez que cada órgão tem um tempo máximo de sobrevivência fora do corpo. Dessa forma, a nossa equipe se mobiliza para a realização da captação de órgãos, buscando o fornecimento de recursos específicos, muitas vezes, necessários no processo de transplante de órgãos, como abastecimento de materiais de consumo, agendamento de salas de cirurgias, pessoal especializado e todo o fluxo de informações entre os envolvidos”, explicou a coordenadora da Central de Transplantes de Alagoas, Daniela Ramos.

Como ser doador

Para ser um doador de órgãos é importante que o indivíduo informe a sua família, ainda que essa seja uma decisão que pode acontecer muitos anos depois. Falando sobre o assunto, em caso de morte encefálica, mesmo em meio à dor, os familiares encontram a recordação necessária para autorizar a retirada de órgãos e tecidos. Para algumas pessoas que autorizaram a doação, essa é mais uma forma de homenagear o ente querido, cumprindo com o seu último desejo.

“A sua família precisa saber sobre o seu desejo de se tornar um doador após a morte, para que possa autorizar a efetivação da doação. Após a manifestação do desejo da família em doar os órgãos do parente, a equipe de saúde realiza outra parte da entrevista, que contempla a investigação do histórico clínico do possível doador. A entrevista é essencial para que a equipe possa avaliar os riscos e garantir a segurança dos receptores e dos profissionais de saúde”, explicou Daniela Ramos.

*Com Agência Alagoas