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Demissão em massa: Professor denuncia perseguição e assédio em creches Gigantinhos
Demissões teriam ocorrido após professores denunciarem práticas de assédio moral na unidade
Um professor que presta serviço ao Igeve, Instituto contratado pela Prefeitura de Maceió para gerir o projeto Gigantinhos no bairro do Santos Dumont, relatou uma série de demissões em massa ocorridas de forma abrupta e sem justificativa, após denúncias de assédio moral e perseguição feitas contra a diretoria da instituição. Segundo os relatos, mais de 20 professores foram demitidos, e outros temem pelo mesmo destino.
Um dos professores afetados, revelou que as demissões ocorreram logo após alguns funcionários se reunirem e denunciarem práticas de assédio moral à Secretaria Municipal de Educação (SEMED) e ao próprio Instituto Igeve. De acordo com ele, os funcionários estavam sendo constantemente ameaçados e coagidos a não falar sobre o que acontecia dentro da instituição.
"A gente não estava conseguindo trabalhar, com ameaça deles, ameaça de que você vai perder o seu emprego, a empresa está marcando em cima de você, lhe perseguindo", afirmou o professor
Em seu relato, ele alega a também que os nomes dos denunciantes foram entregues à diretoria do instituto, o que, segundo ele, teria resultado na demissão em massa.
"Eu soube mais cedo que colegas meus me informaram que foram fazer denúncia da diretora e a moça que trabalha lá no RH foi até a diretora e falou para ela o nome das pessoas que fizeram a denúncia, e ela disse que já estava com o nome de todos que tinham feito a denúncia da diretora e todas essas pessoas iam ser demitidas", revelou o professor.
O Jornal de Alagoas entrou em contato com o Igeve, que negou a informação de que 20 professores haviam sido demitidos. O instituto confirmou, porém, a demissão de seis profissionais do quadro de funcionários da unidade Gigantinhos do Santos Dumont, ocorrida na última segunda-feira, 26.
Os relatos dele vão além. Segundo o docente, havia pressão da diretora para que os educadores confirmassem voto ao prefeito JHC (PL), que concorre à reeleição, em Maceió.
“[...] da diretora que está lá agora, ameaçando, nos ameaçando, dizendo que se a gente não votasse no JHC, a gente ia perder o nosso emprego, que as pessoas da cúpula da empresa já estavam de olho em alguns funcionários. Tudo isso estava se passando ali dentro e a gente sem poder falar nada, porque se a gente falasse a gente era coagido por eles”, relatou.
A falta de justificativas para as demissões e a sensação de abandono por parte das entidades responsáveis pela administração da creche junto à Prefeitura de Maceió são alguns dos aspectos que mais angustiam os professores. "A empresa não deu justificativa, qual foi a justa causa, qual foi o erro que a gente cometeu, não falaram nada, só fizeram dizer, assina aqui o papel, que você está sendo afastado da empresa", desabafou o homem, que agora teme pelo sustento de sua família, já que não possui outra fonte de renda.
O Jornal de Alagoas conversou com a diretora da unidade do Gigantinhos, Bárbara Nogueira, que disse apenas que as informações à imprensa seriam passadas pelo próprio Igeve.
Em nota, o Igeve afirmou que "a Coordenação Pedagógica alega que os profissionais não teriam se adequado a algumas das normas preconizadas pela Legislação da Educação Infantil", sendo esta a causa dos desligamentos.