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Estuprada por 72 homens a mando do marido, Gisele falou hoje pela 1.ª vez

Caso começou a ser julgado na segunda-feira, na França

Por Notícias ao Minuto 05/09/2024 17h05 - Atualizado em 05/09/2024 17h05
Estuprada por 72 homens a mando do marido, Gisele falou hoje pela 1.ª vez
Giséle falou hoje à Justiça - Foto: Getty Images/CHRISTOPHE SIMON/AFP

"Um telefonema anônimo poderia ter salvado minha vida. Nem um, nem um." Essa foi uma das primeiras declarações de Giséle P. em tribunal, uma mulher que foi vítima de dezenas de estupros organizados pelo próprio marido enquanto ela estava inconsciente.


Ela foi estuprada por 72 homens, embora a polícia tenha identificado até agora 51 suspeitos do crime. Todos esses homens foram convidados pelo marido dela, por meio de grupos de conversas online, para abusarem sexualmente da mulher sem o seu consentimento. Esses atos eram inclusive gravados em vídeo. Os homens eram obrigados a seguir regras rigorosas para garantir que ela não se desse conta de nada. Enquanto isso, ela estava sob o efeito de drogas, administradas por ele momentos antes.

“Esses homens tomaram a liberdade de entrar na minha casa e seguiram o protocolo imposto. Não me estupraram com uma arma apontada à cabeça. Estupraram-me de forma tranquila”, afirmou a vítima, que falou publicamente sobre o caso pela primeira vez.

A mulher assistiu a todos os vídeos que o marido gravou. Em tribunal, ela recordou o momento em que a polícia a informou sobre os crimes aos quais foi submetida. "Meu mundo desmoronou", relatou. Ao ver as fotos dela inconsciente, Giséle percebeu que aquelas não eram imagens de sexo consensual, e sim de uma violação brutal. “Não são cenas de sexo, são cenas de estupro. Dois ou três deles estão em cima de mim. Estou inerte. Nunca pratiquei parafilia ou 'swing'. Podem me mostrar todas as provas, mas eu estou inconsciente." Ela negou veementemente qualquer envolvimento com os atos do ex-marido e se perguntou como nenhum desses homens percebeu que algo estava muito errado.

Giséle quer retomar sua vida após o julgamento. "Assumam a responsabilidade pelos seus atos, pelo menos uma vez na vida," declarou, acrescentando que o contrário seria "inaceitável". Embora tenha mantido uma "frente sólida" após o crime, dentro de si ela descreve um "campo de ruínas".