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Professor critica gestão do Ifal e expõe crise financeira como "mascarada" por má administração
Alexandre Fleming aponta falta de planejamento e dependência de emendas parlamentares como principais causas da crise no Instituto Federal de Alagoas
O Instituto Federal de Alagoas (Ifal) enfrenta uma crise financeira que tem prejudicado suas atividades de ensino, pesquisa e extensão. Ciente dos fatos, o professor Alexandre Fleming responsabilizou a administração do instituto pela situação, destacando uma "má gestão mascarada" e a dependência de emendas parlamentares como fatores centrais para a crise.
Em nota divulgada recentemente, o reitor do Ifal, Carlos Guedes de Lacerda, afirmou que o bloqueio de 18% nas despesas discricionárias desde julho e as reprogramações de recursos orçamentários são os principais responsáveis pelas dificuldades enfrentadas pela instituição. No entanto, Fleming considera que essa explicação oculta a falta de planejamento interno e a desorganização da gestão.
"O reitor tenta atribuir ao governo a responsabilidade pelos bloqueios orçamentários e pela crise financeira, mas ignora que essa crise também é resultado de uma administração desorganizada", afirmou Fleming em suas redes sociais. Ele criticou a centralização das decisões e a falta de diálogo com a comunidade acadêmica.
O professor também destacou a desigualdade na distribuição de recursos entre os campi, que estaria vinculada à dependência excessiva de emendas parlamentares. Segundo ele, essa prática faz com que a instituição fique vulnerável a interesses políticos, prejudicando a alocação justa dos recursos.
O reitor mencionou que a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que suspendeu recursos de emendas impositivas, contribuiu para a crise financeira do Ifal. Contudo, Fleming argumenta que a gestão da instituição falhou ao não buscar alternativas financeiras sustentáveis.
Além disso, Fleming criticou a falta de controle interno e transparência na administração dos recursos. Ele defende que, em vez de responsabilizar exclusivamente o governo federal, a gestão do Ifal deveria revisar suas próprias falhas. "Seria mais honesto se a gestão do Ifal olhasse para dentro e refletisse sobre suas próprias falhas", concluiu.
Contexto da crise
A crise financeira do Ifal foi confirmada pelo reitor Carlos Guedes Lacerda em nota divulgada na última terça-feira, 15. Segundo o comunicado, o bloqueio de 18% nas despesas discricionárias e a reprogramação de recursos comprometeram ações importantes, como a Assistência Estudantil e o funcionamento regular das unidades.
Mesmo com uma complementação orçamentária anunciada pelo governo federal em junho, parte dos recursos destinados ao Ifal ainda não foi repassada. Além disso, a suspensão das emendas parlamentares, devido à Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) n. 7697, do STF, agravou a situação, deixando o instituto com R$3,5 milhões de créditos não empenhados e quase R$3 milhões aguardando pagamento.
As restrições orçamentárias também comprometeram a manutenção de contratos e o pagamento de despesas essenciais, como energia elétrica e segurança.