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Carta denuncia que Braskem omite passivo bilionário em Alagoas

Documento revela que maioria das vítimas não foi indenizada e alerta bancos sobre dívidas ocultas

Por Redação* 21/02/2025 14h02
Carta denuncia que Braskem omite passivo bilionário em Alagoas
Moradores afetados pelo afundamento de solo protestam em canteiro de obras da Braskem - Foto: Reprodução

O Movimento Unificado das Vítimas da Braskem (MUVB), com apoio do economista Elias Fragoso, anunciou nesta sexta-feira (21) que a mineradora oculta a verdadeira dimensão de seu passivo em Alagoas. Em carta aberta enviada aos CEOs do Banco do Brasil, BNDES, Santander, Itaú Unibanco e Bradesco, o grupo afirma que cerca de 140 mil pessoas físicas e jurídicas ainda aguardam reservas pelos danos causados ​​pelo afundamento do solo em Maceió, enquanto a empresa alegou ter resolvido 99,99% das indenizações. 

O documento contesta essa versão, apontando que a Braskem considera apenas as vítimas da chamada “área 00”, que representam apenas 42% dos atingidos. 

Segundo o MUVB, 58% dos afetados – cerca de 73.500 pessoas – nunca foram procurados para negociação. Além disso, mesmo entre os que receberam indenizações, há denúncias de valores irrisórios e manobras da empresa para se eximir de sua responsabilidade. 

A carta também alerta para o risco ambiental e estrutural representado pelo complexo químico da Braskem, que estaria tecnicamente obsoleto e poderia ameaçar a segurança de até 150 mil pessoas em seu entorno. 

Ainda de acordo com o movimento, a mineradora tem ocultado informações de órgãos fiscalizadores e acionistas, utilizando discursos evasivos para evitar o cumprimento integral de suas obrigações. 

Os signatários enfatizam que seguiremos cobrando justiça e reposição integral às vítimas, independentemente dos novos controladores da Braskem. Eles reivindicaram participação nas negociações sobre a venda da empresa, alertando que os bancos envolvidos na transação podem herdar um passivo oculto de bilhões de reais. “Os direitos das vítimas são imprescritíveis”, conclui o documento.

Com Jornal Extra.