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Moradores de Feliz Deserto divulgam carta aberta e abaixo-assinado contra mineração de areia
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Moradores de Feliz Deserto, no litoral sul de Alagoas, divulgaram uma carta aberta denunciando os impactos socioambientais da extração de areia na região. O documento, assinado por instituições, movimentos sociais e cidadãos, questiona a atuação da empresa Geomineração Exploração Mineral Ltda. e critica o que consideram uma tentativa de silenciamento das denúncias por meio de processos judiciais.
A mobilização inclui também um abaixo-assinado hospedado no site Change.org, onde a comunidade pede a revogação definitiva das licenças ambientais concedidas à empresa. No entanto, a plataforma também foi alvo de ação judicial movida pela Geomineração, o que, segundo os signatários da carta, evidencia uma tentativa de impedir a organização social contra a exploração predatória.
A principal denúncia envolve a extração de areia na mina Canduípe, que, segundo os moradores, tem causado tremores, rachaduras em residências, degradação ambiental e assoreamento do rio que dá nome à localidade. O Ministério Público Federal (MPF) foi acionado para investigar os impactos da atividade.
A reação da empresa também incluiu ações judiciais contra o prefeito Jorge Luiz Silva Nunes, que suspendeu a licença municipal para extração de areia no município. Além disso, o professor universitário Wanderson Lessa Almenara, responsável por parte das denúncias, responde a dois processos – um civil e outro criminal – movidos pela Geomineração.
Os moradores defendem que a exploração na região atende à demanda de areia para o tamponamento das minas da Braskem, em Maceió, mas afirmam que isso não justifica os impactos ambientais e sociais. Eles também cobram maior transparência das instituições responsáveis pelo licenciamento, como IPHAN, ANM, IBAMA, IMA e CREA-AL.
No dia 19 de fevereiro de 2025, o Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA) suspendeu a licença de operação da empresa, mas a comunidade segue mobilizada para evitar a retomada da atividade.
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