A doação de órgãos feita pela família de um jovem de 23 anos, vítima de acidente de trânsito, possibilitou a realização de seis transplantes em Alagoas. A captação foi realizada após a confirmação de morte encefálica no Hospital Geral do Estado (HGE), na última terça-feira (8).

De acordo com a Central de Transplantes de Alagoas, os órgãos doados — incluindo o coração — foram destinados a pacientes que aguardavam na fila estadual. “Desta vez, pudemos incluir o coração entre os órgãos captados, devido ao quadro clínico do doador. A pessoa que irá recebê-lo terá sua vida salva”, afirmou o cirurgião cardíaco José Leitão.

Atualmente, 579 pessoas esperam por um transplante no estado. Desse total, 558 aguardam córneas, 14 estão na lista por um rim, quatro por um coração e três por um fígado, segundo a coordenadora da Central, Daniela Ramos. Ela destaca que a maior parte dos casos envolve pacientes com doenças crônicas que já esgotaram outras formas de tratamento.

A legislação brasileira exige autorização familiar para a doação de órgãos após a morte. Por isso, declarar-se doador em vida e comunicar esse desejo à família é fundamental para viabilizar o processo.

O Brasil possui o maior sistema público de transplantes do mundo, com cerca de 87% dos procedimentos realizados por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). A doação, segundo especialistas, pode representar a única chance de sobrevivência para muitos pacientes ou a oportunidade de retomar uma vida com qualidade.