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Advogado preso por suspeita de agressão foi expulso da PM-BA durante curso de formação

João Neto tem 2 milhões de seguidores e foi preso sob suspeita de agredir a companheira em Maceió; OAB apura conduta ética

Por Ruan Teixeira 16/04/2025 16h04 - Atualizado em 16/04/2025 16h04
Advogado preso por suspeita de agressão foi expulso da PM-BA durante curso de formação
Preso, o advogado João Neto tem mais de 2 milhões de seguidores - Foto: Reprodução

O advogado João Francisco de Assis Neto, de 47 anos, foi expulso da Polícia Militar da Bahia há 15 anos, enquanto ainda participava do curso de formação de soldados. Segundo a corporação, ele foi desligado antes de concluir a formação e, por isso, nunca chegou a atuar nas ruas como policial militar. 

"O referido advogado foi desligado há 15 anos, enquanto realizava o curso de formação de soldados. Como foi excluído antes da conclusão do curso, ele em nenhum momento trabalhou na rua como policial militar formado'', disse à Josué Seixas, jornalista da Folha de São Paulo. 

João Neto foi preso em flagrante na noite da última segunda-feira (14), sob suspeita de ter agredido sua companheira em Maceió (AL). A prisão foi convertida em preventiva nesta terça-feira (15), após audiência de custódia. O caso foi enquadrado como lesão corporal com base na Lei Maria da Penha, conforme informou a Polícia Civil. 

Famoso nas redes sociais por responder dúvidas jurídicas e por usar o bordão “no coco e no relógio”, o advogado tem mais de 2 milhões de seguidores. Câmeras de segurança do prédio registraram a vítima, de 25 anos, no corredor, sangrando e segurando o queixo. As imagens foram anexadas ao inquérito policial. 

João Neto foi localizado e preso por agentes da Oplit (Operação Policial Litorânea Integrada), nas proximidades do hospital onde a vítima foi atendida, na mesma noite. Testemunhas seguem sendo ouvidas. 

A OAB da Bahia classificou o caso como “extremamente grave” e encaminhou a apuração ao Tribunal de Ética e Disciplina. A entidade destacou que a prática de violência contra a mulher pode comprometer a idoneidade moral para o exercício da advocacia. 

A defesa do advogado informou que os fatos serão esclarecidos ao longo do processo.