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Alunos que se tornam monitores auxiliam colegas com dificuldades em matemática

Estudantes do 9º ano da E. E. Noel Nutels repassam os conteúdos a convite do professor

Por Agência Alagoas 13/08/2019 14h02
Alunos que se tornam monitores auxiliam colegas com dificuldades em matemática
Reprodução

O protagonismo juvenil e incentivo ao projeto de vida são dois dos principais objetivos propostos pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para o futuro da educação básica. Em Alagoas, ambos já são trabalhados nas unidades de ensino da rede estadual. Esse trabalho, somado à curiosidade, vontade de ajudar os colegas e gosto pela matemática levaram Alef Gomes, Anny Myckaelly, Clauderlan Batista e Krislayne Padilha aceitar o convite do professor Edvaldo Souza para se tornarem monitores da disciplina, na Escola Estadual Noel Nutels, localizada no bairro do Jacintinho, em Maceió.

A iniciativa tem se mostrado benéfica para ambas partes – se, por um lado, os monitores absorvem ainda mais conhecimento quando repassam os conteúdos, seus colegas se sentiram mais confortáveis para tirar dúvidas. De acordo com a diretora-geral da unidade, Márcia Cerqueira, a ideia surgiu no começo deste ano. Ela conta que a relevância do projeto se dá pelo fato de fomentar a paixão e o interesse pela matéria. Segundo Márcia, a partir do auxílio do grupo, outros alunos se mostraram interessados em se tornarem monitores também.

“O projeto incentiva o protagonismo juvenil. Os alunos são nossa prioridade na escola. Saímos do lugar comum onde o professor é o centro da atenção [na sala de aula] para o aluno ocupar esse local. Esse projeto tem avançado bastante, ele começou um pouco acanhado, mas agora já está bem desenvolvido. Houve uma evolução surpreendente porque os nossos alunos que são apaixonados por matemática estão dando sua parte de incentivo aos demais estudantes”, afirma.

A descoberta de um interesse

Bem articulada e eloquente, Krislayne Padilha diz que, a partir da monitoria, descobriu o interesse pela docência. A jovem já tem seu futuro planejado: ainda este ano, deseja participar da prova do Instituto Federal de Alagoas (Ifal); após o término do ensino básico, pretende cursar Direito e, posteriormente, conquistar os títulos de mestre e doutora.

“Esse projeto tem sido um trabalho incrível porque eu tenho absorvido mais os assuntos e me dedicado mais aos meus estudos. Minha rotina de estudo tem mudado, antes eu estudava apenas 30 minutos por dia e hoje já aumentei para uma hora e meia. E acredito que ele está sendo bom também para os outros estudantes pois eles se sentem mais abertos com a gente. Agradeço muito a gestão da escola por me dar essa oportunidade porque eu não sabia que tinha esse potencial para dar aula”, relata.

Melhora na aprendizagem

Bem mais tímido, Clauderlan Batista concorda com a colega quando afirma que a participação na monitoria potencializou seus estudos, com o aumento no tempo que separa para estudar. No futuro, pensa em estudar Tecnologia da Informação, pois além do gosto por eletrônicos, tem o exemplo do irmão em casa. “[A monitoria] também influenciou muito na escola já que os outros alunos agora tem outra oportunidade de estudar e se abrirem mais com a gente, já que somos conhecidos deles”, conta.

Apesar de ser também tímido, Alef Gomes participa da monitoria pelo prazer que tem em auxiliar os demais estudantes. “É uma experiência boa para os outros alunos e é bom ensinar alguém e ajudar a melhorar na matemática, que é a matéria que eu mais gosto e mais me interesso. Ajudar os alunos é muito legal e aprendemos enquanto ensinamos”, diz.

Assim como Krislayne, Anny Mickaelly agradece à gestão da unidade por ter sido escolhida para participar do grupo. “Está sendo uma experiência incrível, pois além de ensinar os alunos, venho aprendendo cada vez mais. É por conta desse projeto que venho crescendo a cada dia nos estudos. Gosto bastante da ideia de ser professora, mas também quero ser juíza quando for mais velha”, revela.

Anny diz ainda que os jovens devem procurar inspirações em suas escolas e em si para ser motivo de orgulho para os familiares. “É preciso estudar, ter objetivos e correr atrás deles, sem ficar acomodado”, conclui.